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Dos oceanos à terra: a origem dos furacões

20/10/2016

Ultimamente, você deve ter visto diversas notícias sobre os furacões que atingiram países do Caribe e o sudeste dos Estados Unidos e causaram inundações, destruíram casas e mataram centenas de pessoas. Nós, brasileiros, temos muita sorte: nosso país raramente é atingido por furacões. Mas você sabe o que são furacões e como eles se formam?

Furacões são uma subdivisão de um fenômeno chamado ciclone tropical. Os ciclones tropicais formados no Oceano Atlântico ou na parte oriental do Pacífico são chamados de furacões. Já os formados na parte ocidental do Oceano Pacífico, podendo atingir o sul da Ásia, são chamados de tufões. Ambos se formam nos oceanos e não devem ser confundidos com os tornados, que se formam em terra seca e são mais comuns no Brasil.

Os ciclones tropicais são tempestades com ventos circulares e muito fortes, que podem ultrapassar os 250 km/h − velocidade semelhante à de alguns trens-bala. As tempestades que se formam no hemisfério sul giram no sentido horário. Já no hemisfério norte, giram no sentido anti-horário. O motivo dessa diferença é a rotação da Terra em torno de seu eixo e o chamado efeito Coriolis, que inclina os ventos em direções opostas em cada um dos hemisférios. Conforme os ventos vão ficando mais fortes, forma-se um buraco conhecido como “olho”.

O elemento necessário para que os furacões se formem é ar quente e úmido. É por isso que eles costumam começar em partes do oceano com temperatura de 26°C ou mais. Outro ingrediente são ventos que não mudam muito de velocidade ou direção quando sobem (se isso acontecer, a tempestade pode se dispersar).

Os furacões são divididos em cinco categorias, de acordo com a velocidade dos ventos. As categorias 1 e 2 não causam muitos danos, mas os furacões de categorias 3 a 5 podem causar grandes estragos − como foi o caso do furacão Matthew, que, em outubro deste ano, deixou centenas de mortos e feridos e afetou Cuba, República Dominicana, Bahamas, parte dos Estados Unidos e principalmente o Haiti, onde causou destruição em várias cidades.

Por falar em furacão Matthew, por que ele ganhou esse nome? Quando as tempestades nos oceanos se transformam em furacões, ganham nomes para que seja mais fácil acompanhá-los e falar sobre eles. Outro motivo é que pode existir mais de um furacão em andamento ou em formação. Todos os anos, os furacões que atingem o hemisfério norte são nomeados em ordem alfabética, ou seja, o primeiro furacão registrado no ano terá um nome que começa com A, o segundo, com B, e assim por diante. Existem seis listas de nomes que são reutilizadas. Se um furacão causa muitos danos, o nome é removido da lista e substituído por outro que comece com a mesma letra. Você pode ver a lista de nomes no site do Centro Nacional de Furacões, dos Estados Unidos (em inglês).

Não existiam nomes de furacões para o hemisfério sul porque não havia registro desse fenômeno por aqui até março de 2004, quando um furacão atingiu algumas cidades do litoral do estado de Santa Catarina. Na falta de um nome, os meteorologistas brasileiros batizaram o furacão de Catarina. Como o fenômeno é raro no país e não era esperado, as estações meteorológicas e a população não estavam preparadas e o furacão causou grandes estragos.

Esse acontecimento mostra a importância dos satélites, que podem monitorar furacões em todo o mundo. Eles ajudam os cientistas a entender melhor como as tempestades se formam nos oceanos e como se transformam em furacões ou tufões. As imagens servem também para acompanhar os ciclones tropicais e prever por onde eles vão passar e qual será sua força. Assim, as pessoas que moram nessas áreas podem se prevenir. Você pode saber mais sobre a importância e o uso dos satélites nesta matéria.

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Note o sentido horário dos ventos no furacão “Catarina”. Crédito: NASA

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