Instituto TIM

“Questionar” para valorizar a cultura negra nos livros

07/01/2016

Por que não existem contos de fadas com princesas e príncipes negros? Por que não tem nenhum livro contando a história de personagens negros? Esses foram alguns dos questionamentos feitos pelo 4º ano da EMTI Monsenhor Pedro Pereira Piagem, de Palmas (TO), durante um projeto da turma sobre a cultura africana. E isso levou os alunos a pesquisar e levantar mais perguntas importantes para discutir o assunto.

Quem criou o projeto “Africando – a força da diferença” foi a professora Suely Carneiro Silva, para que as crianças conhecessem mais e valorizassem a identidade negra. Foram muitas aulas, debates e pesquisas sobre o tema, e as operações intelectuais fizeram parte de todo o processo. “Dentre as muitas parcerias que tive de colegas, amigos e colaboradores da escola, tenho o prazer de afirmar que TIM Faz Ciência foi um parceiro fundamental”, conta Suely.

Os estudantes visitaram a biblioteca da escola para verificar as respostas de suas perguntas. E foi então que perceberam que há poucos livros na biblioteca que falam de personagens negros. O debate ficou ainda maior e com mais questionamentos! Por que temos tão poucos livros sobre os negros se eles foram tão importantes para a formação do nosso povo? Por que os autores brasileiros quase não escrevem sobre princesas de cabelos afro? Depois de tantas conversas e pesquisas, a turma organizou diversas apresentações sobre a cultura africana para toda a escola no Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro.

Uma outra proposta muito bacana da professora com TFC foi que os alunos pensassem em como a história “O estranho caso do rocambole de cinco voltas” poderia gerar atividades para diferentes matérias da escola. “Como trabalho muito com a interdisciplinaridade, achei o texto muito rico e cheio de possibilidades”, explica. No começo as crianças estranharam a tarefa e até reclamaram. Mas no dia seguinte deram um monte de sugestões!

Para a aula de língua portuguesa, teve ideias de atividades de gramática, interpretação de texto e gênero textual, com a receita do rocambole. Uma das questões sugeridas foi: “Na frase ‘Ela me olha desconfiada, pois acredita que eu como o rocambole todinho a cada dia 24!’, quem olha desconfiada é a mãe, a tia Gertrudes, o pai ou a gata?”. Já em matemática as crianças pensaram em diversos problemas envolvendo as quatro operações matemáticas, frações e medidas usadas na receita do rocambole. Olha só essa sugestão: “Se mamãe, ao invés de um rocambole de cinco voltas, resolvesse fazer dez rocamboles de cinco voltas, quantas voltas teriam os rocamboles juntos?”.

O recreio da escola também ficou mais divertido depois das ideias que a turma deu à diretoria. Na observação do recreio, eles descobriram que nem todo mundo brinca, que alguns alunos preferem ler, que muitas crianças se machucam, que outras vão passar o recreio em casa, entre outras coisas. Então eles sugeriram que houvesse brinquedos, jogos, revistas, gibis, mangás e outras opções para que todos pudessem aproveitar melhor o intervalo. “A escola acolheu bem as sugestões dos alunos e já está comprando brinquedos para o recreio, inclusive um parquinho com materiais reutilizáveis, como pneus”, contou Suely.

1 comentário

  1. Avatar

    Muito bem aproveitada a interdisciplinaridade da professora Suely com o projeto Tim Faz Ciência.
    Realmente devemos sim combater o preconceito e insistir na inclusão social.
    As pesquisas que os alunos do ” 4º ano da EMTI Monsenhor Pedro Pereira Piagem, de Palmas (TO)” fizeram, foram fundamentais para que se recrieem histórias com novos personagens, principalmente da cultura brasileira que atualmente é de uma miscigenação consistente de misturas de costumes de povos de diferentes etnias, ou seja, “relações inter-raciais”.
    Eu preferiria dizer interculturais, pois acredito que a raça humana é uma só, independente de cor de pele, nacionalidade ou crendices.

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