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Extremófilos: a vida nos lugares mais extremos

22/07/2016

Você consegue imaginar algum ser que sobrevive em uma temperatura acima de 100 °C? A arqueobactéria Pyrodictium abyssi não apenas vive tranquilamente nesse calorão, como aguenta um nível de pressão que poderia esmagar um submarino. Ela pode ser encontrada em regiões vulcânicas muito profundas no oceano, onde existem fendas que emitem um vapor quente de água e gases. A Pyrodictium abyssi faz parte de um grupo de micróbios chamado extremófilos, que significa “amantes dos extremos”. São bactérias, arqueobactérias e eucariotos que sobrevivem em condições bastante perigosas para outros seres.

As espécies de halobactérias, um gênero de arqueobactérias, também são exemplos de extremófilos. Esses seres vivem em lugares que têm uma quantidade muito alta de sal, como o Mar Morto, um lago no Oriente Médio que tem nove vezes mais sal que o oceano. A bactéria Deinococcus radiodurans ganhou até um espaço no Guinness World Records (o livro que registra os recordes mundiais) como o ser vivo que aguenta o maior nível de radiação – 3 mil vezes mais que os humanos. Para você ter uma ideia, ela já foi encontrada vivendo dentro de um reator nuclear. Como se não bastasse, a Deinococcus radiodurans ainda sobrevive em ambientes extremamente frios, secos, ácidos e no vácuo.

Existem outros extremófilos que vivem abaixo de grandes camadas de gelo, em lugares sem oxigênio, no ácido sulfúrico, dentro de rochas… Cada um tem o organismo adaptado para resistir a condições extremas. E é por isso que cientistas estudam esses micróbios para descobrir se suas habilidades podem ser úteis em áreas como medicina e meio ambiente. Há pesquisas que mostram que os extremófilos têm potencial para contribuir com a criação de remédios, o tratamento do câncer de mama, a produção de energia e a diminuição da poluição e do aquecimento global, entre outras coisas.

Esses seres também podem ajudar a resolver duas das questões mais intrigantes na ciência: como a vida começou aqui na Terra e se existe vida em outros planetas. Quando os primeiros seres vivos surgiram, as condições na Terra eram mais parecidas com os lugares em que os extremófilos vivem do que com os que nós vivemos – ou seja, eles podem dar pistas sobre as primeiras formas de vida e como elas evoluíram. E se esses micróbios são encontrados em ambientes tão extremos, quem sabe eles nos ajudam a entender se existem organismos igualmente surpreendentes vivendo nas condições extremas de outros planetas?

Saiba mais:
Laboratório de Biologia Sistêmica de Microorganismos – USP
The Huffington Post (em inglês)

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