Instituto TIM

Seres vivos que ultrapassam milênios

11/05/2016

Depois de visitar uma árvore de 7 mil anos no Japão em 2004, a fotógrafa norte-americana Rachel Sussman iniciou a missão de registrar os seres vivos mais antigos do mundo. Ela viajou para os lugares mais diferentes nessa busca – do calor do Deserto da Namíbia ao frio intenso da Antártida, mergulhando também a 18 metros de profundidade no mar em Trinidad e Tobago. Contando com a ajuda de cientistas nessa jornada, Rachel já conseguiu fotografar 30 espécies, todas com mais de 2 mil anos.

Esse foi o limite mínimo que a fotógrafa definiu para as espécies que iria registrar, com base no calendário cristão (que indica que estamos no ano 2016). Mas alguns exemplares encontrados ultrapassam de longe essa idade. O ser vivo mais antigo que ela fotografou foi uma espécie de bactéria que vivia no solo congelado da região da Sibéria e agora está em um instituto de pesquisa na Dinamarca. Os cientistas estimam que o seu tempo de vida está entre 400 e 600 mil anos! Esse período é maior até do que a nossa própria existência como espécie na Terra, já que o Homo sapiens surgiu há cerca de 200 mil anos.

Segundo Rachel, conhecer essas espécies muda a nossa visão do tempo, tão focada no tempo dos humanos. Cada um desses seres vivos tem uma história que vai muito além da nossa e, ao mesmo tempo, se conecta com a gente. O que não significa que eles são imortais: dois dos seres fotografados morreram nos últimos anos. Isso mostra o quanto é importante divulgar a existência dessas espécies ao mundo para que possamos protegê-las.

E é aí que a ciência e a arte mais uma vez colaboram uma com a outra. “Foi importante para mim criar um projeto artístico que não estivesse apenas ‘usando’ a ciência. Os melhores projetos de arte e ciência melhoram e ampliam uns aos outros, trazendo algo novo para ambos; eles não se resumem a simplesmente deixar a pesquisa mais bonita ou a fazer trabalhos artísticos utilizando novas ferramentas científicas”, escreveu Rachel na introdução de seu livro “The oldest living things in the world” (os seres vivos mais antigos do mundo, em português), que reúne 124 fotos tiradas no projeto. Confira a seguir algumas delas.

 

A árvore que ilustra a capa do livro é um abeto de 9550 anos que vive na Suécia.

A árvore que ilustra a capa do livro é um abeto de 9550 anos que vive na Suécia.

Esse monte de folhas da Welwitschia mirabilis são, na verdade, apenas duas folhas que crescem há 2 mil anos no Deserto da Namíbia.

Esse monte de folhas da Welwitschia mirabilis são, na verdade, apenas duas folhas que crescem há 2 mil anos no Deserto da Namíbia.

O musgo que cobre as rochas da Ilha Elefante, na Antártida, tem 5,5 mil anos.

O musgo que cobre as rochas da Ilha Elefante, na Antártida, tem 5,5 mil anos.

O mar das Ilhas Baleares, na Espanha, abriga uma erva marinha chamada Posidonia oceânica com 100 mil anos.

O mar das Ilhas Baleares, na Espanha, abriga uma erva marinha chamada Posidonia oceânica com 100 mil anos.

Só tem mais cinco exemplares dessa espécie de eucalipto no mundo – o da foto tem 13 mil anos e vive na Austrália.

Só tem mais cinco exemplares dessa espécie de eucalipto no mundo – o da foto tem 13 mil anos e vive na Austrália.

As milhares de folhas agrupadas da Azorella compacta fazem com que ela pareça uma rocha verde. Essa habita o Deserto do Atacama, no Chile, há cerca de 3 mil anos.

As milhares de folhas agrupadas da Azorella compacta fazem com que ela pareça uma rocha verde. Essa habita o Deserto do Atacama, no Chile, há cerca de 3 mil anos.

Esse enorme baobá vive na África do Sul há cerca de 2 mil anos.

Esse enorme baobá vive na África do Sul há cerca de 2 mil anos.

 

 

Saiba mais: Rachel deu uma palestra no evento TED contando sobre o projeto e algumas curiosidades sobre as espécies fotografadas. Assista a seguir com legendas em português.

 

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