Para algumas pessoas, conhecer as contribuições de grandes gênios para a ciência é uma inspiração para se dedicar ainda mais aos estudos. Para outras, o efeito pode ser o contrário: a pessoa começa a pensar que nunca conseguirá entender a ciência ou fazer descobertas com facilidade, e nem se esforça muito para tentar. Mas esses gênios não nasceram sabendo tudo, e tiveram dificuldades nos estudos, na carreira e na vida pessoal. Saber desses problemas pode fazer a diferença no interesse de alguém pela ciência.
Quem concluiu isso foi uma equipe de pesquisadores da Universidade Columbia, nos Estados Unidos. Eles fizeram um estudo com 402 estudantes do Ensino Médio de bairros pobres de Nova York e os dividiram em três grupos: o primeiro leu textos sobre os grandes feitos dos cientistas Albert Einstein, Marie Curie e Michael Faraday; o segundo, sobre as dificuldades pessoais que eles enfrentaram; e o terceiro, sobre suas dificuldades intelectuais.
Depois de seis semanas, eles perceberam que os alunos do segundo e do terceiro grupos melhoraram o desempenho e a motivação nas aulas de ciências. Já o primeiro grupo tirou notas mais baixas do que os outros. A diferença é que enquanto o pessoal do primeiro grupo tinha uma ideia de que os cientistas nasceram com habilidades e um talento especial para a ciência, que poucos podem alcançar, os alunos dos outros grupos se identificaram com as histórias dos cientistas e os obstáculos que eles enfrentaram até chegarem às suas conquistas.
Para os pesquisadores, tão importante quanto apresentar as contribuições dos cientistas é mostrar que eles eram pessoas comuns, que falharam e passaram por dificuldades, e que isso fez parte do sucesso deles. Até os professores podem compartilhar o que demoraram mais para aprender ou acharam mais complicado nas aulas de ciências. Veja só algumas curiosidades sobre os três cientistas que foram usados como exemplo na pesquisa.
Albert Einstein
Como já contamos aqui no site, Einstein revolucionou a ciência e é considerado o pai da física moderna. Quando cometia erros ou quando questionavam seus estudos, ele fazia questão de aprender com isso, reescrevendo seus artigos e melhorando os argumentos para que pudesse defender suas teorias da melhor forma possível. O pai do físico alemão passou por diversos empregos para poder sustentar a família, e eles se mudaram muitas vezes. Foi difícil para Einstein se adaptar e acompanhar a turma cada vez que entrava em uma nova escola. Ele chegou até mesmo a ser expulso de uma das escolas onde estudou por ser muito rebelde.
Marie Curie
A cientista polonesa descobriu dois elementos químicos (rádio e polônio) e fez as primeiras pesquisas sobre o fenômeno da radioatividade, que contribuíram muito para a medicina. Mas não foram poucas as vezes em que seus experimentos falharam. Mesmo que ficasse frustrada, Marie não desistia e tentava tudo de novo. Como naquela época as mulheres polonesas eram proibidas de ir à faculdade, Marie frequentou aulas secretas até conseguir se mudar para a França. Nesse meio tempo, ela trabalhou como professora e governanta para juntar dinheiro e ajudar no sustento de sua irmã mais velha, que estava estudando em Paris.
Michael Faraday
Os estudos de Faraday foram muito importantes para as áreas do eletromagnetismo e da eletroquímica, inclusive dando a base para a criação do motor elétrico. O cientista inglês fez inúmeros experimentos para chegar às suas descobertas – e, assim como Marie, passou por muitas tentativas e erros. Ele veio de uma família pobre e que fazia parte de uma minoria religiosa na Inglaterra, e sofreu preconceito por causa de sua origem. Além disso, não teve uma educação avançada como outros cientistas e enfrentou dificuldades com a matemática. Nada disso o impediu de se esforçar e conquistar seu próprio laboratório.
Confira o artigo completo da pesquisa aqui (em inglês).
É interessante os alunos perceberem-se cientistas desde já. A leitura deste material os ajudará neste percurso.