A professora Manuelle Simeão recebeu uma notícia incrível no final de 2016: ela foi aprovada no mestrado em Formação Científica, Educacional e Tecnológica na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR)! E a inspiração para o tema da pesquisa que ela irá desenvolver veio de TIM Faz Ciência: “Distanciamentos e proximidades da concepção do ensino de ciência nas Práticas de Ciência e Tecnologia”.
Para Manuelle, os encontros de formação de TFC transformaram seu jeito de ensinar e trouxeram uma nova visão sobre a educação, o que a levou a escolher o tema de seu projeto de pesquisa. “Comecei a olhar para a ciência com outros olhos a partir das formações”, afirma. “TIM Faz Ciência abriu portas para a minha vida acadêmica, foi bem decisivo.”
Manuelle vai investigar como é o ensino de ciência em Curitiba (PR) dos pontos de vista de todo mundo que está envolvido nesse processo: o que a Secretaria Municipal de Educação entende como ciência e como ela prepara os professores nessa área, como os professores estão passando os conteúdos científicos para os alunos e, por fim, como é a compreensão dos alunos sobre ciência. “Estou me sentindo bem desafiada. Espero fazer uma pesquisa abrangente e um trabalho que venha a colaborar com todos os professores na prática do ensino de ciência”, comenta.
Em 2016, os professores da Educação Integral que participaram de TFC receberam formações e orientações da Secretaria Municipal de Educação para integrar as operações intelectuais às atividades de Práticas de Ciência e Tecnologia (saiba mais aqui), uma das matérias que compõem a Educação Integral da rede pública de Curitiba. Manuelle é uma dessas professoras: ela dá aula de Práticas de Ciência e Tecnologia para turmas do 1º e do 2º ano do CEI Romário Martins.
Os professores dessa disciplina podem escolher um ou mais temas do currículo de ciências para desenvolver com os estudantes ao longo do ano. O tema escolhido por Manuelle foi saúde. A criançada aprendeu sobre o mosquito Aedes aegypti, vírus, vacina, alimentação saudável e sistema digestório, e utilizaram as operações em diversos momentos. O jogo que a professora criou no Desafio Nível 2 de Verificar, por exemplo, envolveu situações relacionadas à alimentação e à digestão: como verificar se o alimento foi bem digerido, se a alimentação de uma pessoa é saudável, entre outras.
Ao falar sobre vacina, os próprios alunos concluíram que o inventor da primeira vacina, Edward Jenner, fez isso a partir da observação e da verificação. Ele observou que pessoas que ordenhavam vacas não pegavam varíola, uma doença perigosa que era muito comum na época (século XVIII). Então ele fez um experimento para verificar se isso era verdade e desenvolveu uma vacina contra a doença.
Por seus alunos serem crianças mais novas, que ainda estão aprendendo a ler e escrever, Manuelle apresentou o material e explicou cada atividade com bastante calma e cuidado. Muitos desafios foram feitos de forma oral e por meio de desenhos, e geraram discussões animadas na turma. “Quando perguntei ao 1º ano por que eles achavam que estavam aprendendo ciências, depois de algumas aulas e discussões, eles me disseram, explicando com suas palavras, que era para aprender sobre o mundo em que a gente vive. ‘Pronto’, pensei, ‘me deram uma aula’”, conta a professora.