Instituto TIM

A arte de criar imagens para os dinossauros

08/06/2015

Nós nunca vimos os dinossauros, mas conseguimos imaginar como era a aparência deles. Isso porque para cada nova espécie encontrada há uma ilustração para representá-la. Criar uma imagem para um animal que só conhecemos através de fósseis é complicado, e exige o trabalho de um profissional que tem um pouco de artista e um pouco de cientista: o paleoartista.

É uma atividade que só pode ser feita com muita observação e pesquisa. “Não existe ‘achismos’ na ilustração paleontológica. Tudo tem uma base científica”, explica Maurilio Oliveira, paleoartista do Museu Nacional/UFRJ, no Rio de Janeiro (RJ). O paleoartista acompanha junto com os paleontólogos o estudo sobre um novo fóssil, e também pode participar das escavações. Ele observa todas as informações descobertas sobre a espécie, como a anatomia, o lugar onde vivia e rastros que pode ter deixado, além de comparar com outros exemplares da mesma família. É assim que ele consegue saber os aspectos do dinossauro para reconstruir sua aparência.

As cores são as únicas características que raramente deixam pistas. Mas até para chegar às opções mais próximas da realidade tem um método especial. “Hoje, sabemos que algumas espécies de dinossauros deram origem às aves, que têm cores variadas com funções diferentes. Então, observamos padrões de cores nas aves e na natureza e criamos padrões que façam sentido para cada espécie de dinossauro”, explica Maurilio.

O trabalho do paleoartista é muito importante para a divulgação das descobertas feitas pelos paleontólogos. “Fazemos a ponte entre a pesquisa e o público”, diz Maurilio, que começou há 16 anos, quando ainda não havia nenhum especialista em paleoarte no Brasil. Como era ilustrador, teve que aprender muitas coisas sobre paleontologia para fazer os desenhos e esculturas para o Museu Nacional/UFRJ. De todos os trabalhos que já fez, seu favorito é a escultura do Santanaraptor placidus, um dinossauro que vivia na Chapada do Araripe, no Ceará. “Foi a primeira escultura que fiz e a primeira vez que uma nova espécie de dinossauro foi divulgada com um modelo em 3D no Brasil”, conta.

Para ajudar a divulgar esse trabalho, que ainda é tão pouco conhecido no Brasil, o Museu Nacional/UFRJ organizou a exposição “Arte com dinossauros”. São 16 ilustrações e 10 esculturas de dinossauros em seus ambientes feitas por Maurilio, incluindo espécies brasileiras. Em alguns dias, Maurilio também visita a exposição para conversar com os visitantes e fazer ilustrações ao vivo. A exposição fica em cartaz até 19 de julho, com ingressos nos valores de R$ 6 (inteira) e R$ 3 (meia-entrada). Saiba mais no site do museu.

 

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Créditos das imagens: Maurilio Oliveira

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