Às vezes, quando pensamos em ciência, a associamos automaticamente a médicos de jaleco pesquisando curas para doenças, engenheiros testando novas máquinas em uma fábrica, pensadores em uma biblioteca… Mas a ciência e o conhecimento não são algo assim tão restrito. Sabe quem sabe muito sobre ciência? Os índios. Eles não têm universidade e laboratórios, mas conhecem direitinho as propriedades medicinais de cada planta. E essa sabedoria é passada de geração para geração, de forma oral, sem nada ficar anotado.
Na tribo dos índios Huni Kuĩ, que vivem na beira do Rio Jordão, no Acre, essa situação está mudando. O Instituto de Pesquisa do Jardim Botânico do Rio de Janeiro (IJBRJ) e a Editora Dantes produziram o livro “Una Isĩ Kayawa, Livro da Cura” – com descrições de 109 espécies de plantas usadas na terapêutica indígena, informações sobre onde elas se encontram e as formas de tratamento – trazendo toda essa riqueza para mais perto das pessoas de fora da tribo.
O idealizador da empreitada foi o pajé Agostinho Manduca Mateus Ĩka Muru, que infelizmente faleceu antes da obra ser publicada. Ele era como um “cientista da floresta”, um “observador das plantas”, e durante 20 anos reuniu em caderninhos dados sobre a ciência dos índios. O trabalho de pesquisa e organização das informações durou dois anos, coordenado pelo botânico Alexandre Quinet.
Além do livro normal, feito em papel cuchê, foi feita uma edição exclusiva para ser distribuída entre os índios com papel sintético, que é impermeável e capaz de aguentar o clima úmido da floresta. A obra também traz relatos, desenhos e informações sobre a cultura do povo Huni Kuĩ. Tudo foi escrito em haxta kuĩ, a língua falada nas aldeias, e traduzido para o português.
Para saber mais, acesse a reportagem da Agência Fapesp ou entre no Facebook do livro.
Anna, não entendemos sua pergunta. Você está falando de que guerra?
como que o brasil deu abitantes depois da guerra