As crianças do 5º ano da EM Walter Carretero, de Sorocaba (SP), tiveram uma ideia diferente para a Feira de Ciências da escola: coletar insetos para mostrar aos pais. A professora Patrícia de Oliveira Cardoso levou a turma para observar a escola duas vezes em busca de insetos, e eles notaram que quase não havia borboletas. A hipótese dos alunos era de que não tinha flores na escola para atraí-las, apenas árvores. Eles iniciaram uma grande pesquisa para verificar essa hipótese, o que resultou em um lindo projeto da turma sobre as borboletas!
Para ajudar na pesquisa, Patrícia entrou em contato com os professores de Ciências Biológicas André Lucci Freitas, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), e Carlo Magenta, da Universidade Metropolitana de Santos (Unimes). Ambos responderam diversas dúvidas dos alunos e enviaram materiais de consulta. A professora também convidou três biólogas da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) para fazer uma palestra sobre borboletas na escola – elas vão trazer um insetário da universidade para mostrar à garotada.
A cada descoberta realizada, mais envolvida a turma fica. “Apresentei a eles o ‘Livro Vermelho das Crianças’, citado em uma matéria do site de TIM Faz Ciência, que fala de animais em extinção no Brasil. Os alunos ficaram impressionados ao saber que as borboletas também estão em extinção”, conta Patrícia. Só no Brasil, 57 espécies de borboletas e mariposas estão ameaçadas. Então a turma decidiu fazer o “Livro Rosa das Borboletas” – cada estudante escolheu uma espécie ameaçada para pesquisar, escrever uma descrição e fazer um desenho com tinta aquarela para compor o livro, que ficará na escola para que qualquer um possa ler.
E não é só o livro que será deixado como um presente para a escola: as crianças construíram um jardim repleto de flores! Durante as pesquisas, elas viram que existem espécies específicas de flores que atraem borboletas e de plantas que atuam como hospedeiras, ou seja, servem de alimentos para as lagartas e de locais para a borboleta colocar seus ovos. Por isso, foram escolhidas as espécies zínia e lantana para compor o jardim. Patrícia conversou com os pais e alguns contribuíram com mudas, sementes e terra. Os alunos também fizeram um cofrinho da sala e juntaram moedas para ajudar na compra de sementes. Toda a turma ajudou no plantio, e a funcionária responsável pela limpeza se comprometeu a regar o jardim todos os dias.
O próximo passo será visitar todas as salas para pedir que os colegas colaborem com a conservação do jardim, além de explicar o motivo pelo qual ele foi criado e mostrar o “Livro Rosa das Borboletas”. As pesquisas ainda continuam e, agora que as crianças estão na etapa Definir de TIM Faz Ciência, elas estão buscando o significado de palavras que não conhecem, como “néctar” e “polinizadoras”, para montar um dicionário. “Os alunos estão muito interessados na atividade, estou surpresa com a maturidade e seriedade com que estão levando o nosso projeto”, diz a professora.
Patrícia percebeu ainda que os estudantes estão mais preocupados com questões ambientais. Quando ela deu a ideia de capturar uma lagarta ou uma crisálida (nome dado à lagarta quando está dentro do casulo) para que eles acompanhassem a metamorfose, a turma logo se opôs. “Eles estão tão apegados com as borboletas, que foram totalmente contra a minha proposta, argumentando que, se as borboletas estão acabando, por que aprisioná-las? Enquanto professora, também aprendo”, comenta.
Que saudade de vocês equipe Tim Faz Ciência!!!! Que projetos maravilhosos desenvolvemos com a contribuição de vocês!!! Faz muita falta!!!!!!
Um grande beijo
Patrícia