Entre as inúmeras classificações utilizadas na ciência, um dos exemplos mais famosos são as classificações usadas na tabela periódica. Se você é aluno do 4º ou do 5º ano, ainda vai levar um tempo para entender os detalhes dela – e se desdobrar para lembrar de todas as informações nas aulas de química. É que essa tabela reúne nada mais, nada menos, que todos os elementos químicos conhecidos pelos seres humanos! Até o momento, ela é composta por 118 elementos. Tem aqueles bem conhecidos, como o oxigênio, o hidrogênio e o ferro, e outros que ninguém nem sabe direito para que servem.
Esse é o caso dos quatro elementos mais recentes, que foram acrescentados à tabela no finalzinho do ano passado e ainda não têm seus nomes definidos. No dia 8 de junho, a União Internacional de Química Pura e Aplicada divulgou os nomes sugeridos para eles: nihonium, moscovium, tennessine e oganesson. Agora esses nomes passarão por uma consulta pública até novembro, quando serão definidos os nomes oficiais. Pouco se sabe sobre esses elementos, já que eles foram criados em laboratório (são sintéticos) e duram apenas alguns segundos ou milissegundos antes de se transformarem em outra substância.
Eles fazem parte do grupo de 26 elementos sintéticos que existem na tabela periódica, além dos 92 elementos naturais, aqueles que podem ser encontrados na natureza. E essa é só uma das maneiras de classificar os elementos da tabela. Eles também podem ser classificados por famílias (metais alcalinos, gases nobres, não metais, entre outras), por estado físico (sólido, líquido, gasoso ou desconhecido), por suas propriedades… Veja só como estão organizados os elementos na tabela periódica mais recente (os quatro novos são os números 113, 115, 117 e 118, e ainda não estão com seus nomes atualizados no exemplo abaixo).
Créditos da tabela: Tabela Periódica Completa
Parece uma confusão ver tantos nomes, números e símbolos juntos! Mas essa tabela é como se fosse um grande resumo das características de todos os elementos conhecidos, e por isso é tão importante e utilizada na química. Ter um modelo único para classificar os elementos ajuda estudantes e cientistas do mundo todo a entendê-la e consultar as informações onde quer que estejam. Afinal, mesmo que os nomes sejam diferentes em cada idioma, os números e símbolos são sempre os mesmos.
Essa não foi a única forma utilizada para organizar os elementos químicos. Muitos modelos foram criados ao longo do tempo com base em diferentes critérios. O primeiro aceito como oficial foi a tabela periódica organizada pelo químico russo Dmitri Mendeelev, em 1869. Na época, apenas 60 elementos eram conhecidos, mas ele deixou alguns espaços indicados com pontos de interrogação já prevendo a existência de novos elementos. Eles foram agrupados de acordo com a periodicidade, ou seja, pelas semelhanças entre suas propriedades físicas e químicas. Confira abaixo a primeira versão da tabela de Mendeleev.
Um dos episódios da série “Tudo se transforma”, produzida pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), conta mais sobre o empenho de cientistas ao longo dos séculos para encontrar a melhor maneira de classificar e organizar os elementos químicos, até chegar na tabela periódica. Assista a seguir: