Muitos cientistas já se questionaram sobre como se formam as espécies. Em busca da resposta, Alfred Russel Wallace decidiu sair de sua terra natal, o pequeno País de Gales, e fazer uma viagem para explorar a natureza – e o lugar escolhido foi o Brasil! Em 1848, ele pegou suas malas e partiu em viagem juntamente com seu amigo Henry Walter Bates, outro cientista. Wallace não fazia ideia das aventuras pelas quais passaria, incluindo um incêndio que o fez perder quase todo seu material de pesquisa!
Wallace já tinha lido muitas histórias de viajantes na Amazônia, que contavam sobre a riqueza animal e vegetal que encontraram, e queria ver com seus próprios olhos. Ele estava curioso para conhecer o Pará e o Amazonas porque eram dois estados ainda pouco explorados pelos cientistas. Naquela época, as expedições para estudar a natureza eram longas e complicadas. Por isso, os exploradores passavam muitos anos no local antes de voltar para seus países. Para você ter uma ideia de como as viagens eram longas, Wallace conta em suas memórias que demorou 29 dias da cidade de Liverpool até o Pará – e ele diz que foi uma “rápida viagem”.
No Brasil, Wallace observou animais que nunca tinha visto antes, como o bicho-preguiça, e descobriu espécies de insetos e de árvores que os cientistas não conheciam. Ele escrevia sobre o que encontrava na natureza, fazia desenhos com muitos detalhes e anotava as coisas que os índios ensinavam e as características e costumes das pessoas que moravam nessa região. Além disso, por onde passava, ele ia colecionando insetos para estudar depois.
Algumas de suas observações foram importantes para que ele e outros cientistas chegassem às suas conclusões mais tarde. Por exemplo, ele descobriu que havia espécies diferentes de animais morando nas margens dos rios Amazonas, Negro e Madeira, e que cada um desses lugares funcionava como uma fronteira: a espécie de um lugar não se misturava com a espécie do outro.
Wallace ficou quatro anos no Brasil. Depois de estudar muito e de coletar várias espécies, era hora de voltar para casa. Porém, algo inesperado aconteceu: o navio que o levaria do Brasil ao País de Gales pegou fogo no caminho. O cientista conseguiu se salvar, mas perdeu anotações e desenhos feitos durante dois anos, além de toda a sua coleção – que já tinha aproximadamente 900 insetos – e outros elementos que retirou da natureza para estudar em seu país, como exemplos de rochas.
Ele conseguiu resgatar apenas algumas anotações. Com elas e com tudo o que conseguia se lembrar desses quatro anos, escreveu o livro “Viagens pelo Amazonas e Rio Negro”, no qual ele conta o que encontrou em sua expedição. Você pode ler e baixar o livro traduzido para o português gratuitamente neste link.
Mas Wallace não parou por aí! Ele não se deixou desanimar pelo incêndio do navio e começou a planejar sua viagem seguinte, para o Arquipélago Malaio, um conjunto de ilhas que fica entre o sudeste da Ásia e a Austrália. O cientista ficou por lá durante oito anos e teve suas ideias mais importantes sobre como as espécies são formadas. Seis anos depois de voltar para casa, escreveu o livro “O Arquipélago Malaio”, que é lido até hoje por cientistas e por pessoas que gostam de boas histórias de viagens.
Se quiser conhecer um pouco mais sobre a vida de Wallace, você pode assistir à animação abaixo (em inglês). O vídeo fala sobre as duas viagens do cientista e da importância de suas descobertas:
Saiba mais:
– Revista Brasileira de História
– BBC (em inglês)
Gostei muito da história. Gostaria de saber sobre mais naturalistas e seus importantes trabalhos.