Instituto TIM

Rotinas simples para exercitar o pensamento

03/03/2015

Em seu vídeo da Galeria de Pensadores, Cesar Nunes, doutor em Física e especialista em Ensino para a Compreensão e Avaliação Educacional, explica a importância de estimular a curiosidade dos alunos sobre o mundo. Para isso, ele menciona uma estratégia muito interessante criada na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos: as rotinas de pensamento. E essa estratégia tem muito a ver com as operações intelectuais de TIM Faz Ciência! Quer saber como?

Tudo começou com um grupo de pesquisa da Faculdade de Educação de Harvard chamado Project Zero – inclusive, Cesar faz palestras nas conferências desse grupo. Os participantes do Project Zero estudam como é o aprendizado de crianças e adultos em diferentes aspectos e como isso pode ser melhorado. Dentre seus vários projetos está o Pensamento Visível, que tem o objetivo de fazer com que os alunos mantenham o hábito de questionar, debater e refletir. Assim, eles expõem seus pensamentos e fazem mais conexões entre as matérias da escola e o que vivem no dia a dia.

“As rotinas de pensamento são estratégias que ajudam a tornar os pensamentos visíveis, parecidas com as operações de TIM Faz Ciência”, diz Cesar. “Em TIM Faz Ciência, mostramos que as operações usadas na ciência também podem ser usadas na escola e no dia a dia, e que conseguimos combiná-las para ter um pensamento mais elaborado”, explica. A ideia das rotinas de pensamento também é incentivar essa reflexão dentro e fora da sala de aula.

As rotinas são sequências simples e curtas de perguntas, que podem ser encaixadas em qualquer matéria. Cada uma tem um propósito diferente, como analisar situações, explicar ideias e explorar diferentes pontos de vista. E quanto mais são feitas, mais os estudantes se acostumam a ter consciência sobre o pensamento. Cesar já aplicou essa estratégia em escolas aqui do Brasil, e disse que teve um impacto muito rápido entre os alunos. “No começo eles não querem falar, mas quando alguns começam, todos acabam se envolvendo e exercitam a curiosidade juntos. Isso muda o olhar deles para o mundo”, conta o físico.

Para que as rotinas fiquem ainda mais interativas, elas também podem ser feitas com a ajuda de ferramentas digitais, como o Facebook, o Edmodo (uma rede social voltada para a educação) e o Padlet (que é como um mural de recados online). Com essas ferramentas, todos conseguem postar suas ideias ao mesmo tempo e de forma organizada. Cesar ainda comenta que dá para usar as rotinas durante as atividades de TIM Faz Ciência. “O contrário também é possível. Podemos pensar em quais operações estamos usando para fazer as rotinas”, diz.

No site do projeto Pensamento Visível há exemplos de rotinas, mas estão em inglês. Por isso, separamos três para você começar a praticar!

Rotina do Deslumbramento

Para estimular a curiosidade. Apresente um objeto, um vídeo, uma experiência, uma obra de arte ou outras coisas interessantes e faça as seguintes perguntas:

• O que você está vendo?
• O que você pensa sobre isso?
• O que te impressiona nisso?

Rotina da Bússola

As perguntas usam como base os pontos cardeais para avaliar propostas e situações.

• O: O que tem de otimista (positivo) na proposta ou situação?
• N: O que tem de negativo?
• L: O que mais podemos descobrir para avaliá-la melhor (expandir o conhecimento lateralmente)?
• S: Quais suas opiniões e sugestões para melhorá-la?

Rotina do Cabo de Guerra

A brincadeira de cabo de guerra é transformada em um debate para que as crianças entendam a complexidade de um dilema. Escolha uma questão com dois lados: positivo e negativo, contra e a favor. Estes são os lados do cabo de guerra, e as crianças vão defender cada posição. Você pode até desenhar uma corda na lousa e colocar post-its para os diferentes argumentos, representando a força de cada um dos lados da corda. No final, os alunos escolhem quais foram os melhores argumentos e apresentam as novas reflexões que tiveram sobre o assunto depois da atividade.

7 Comentários

  1. Avatar

    Um professor ou professora construtivista propõe essas questões como parte da aula porque elas são inerentes à concepção de ensino. Mesmo assim que bom tornar essa ação como conteúdo de formação de professores!

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    Bom dia,
    Professores dessa escola estiveram em Harvard no Projeto Zero, usamos e aplicamos as rotinas de pensamento. Os resultados são surpreendentes.
    Sérgio Almeida

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    • Equipe TIM Faz Ciência

      Olá, Sérgio,
      Que ótimo! Conte mais sobre essa experiência, como as rotinas estão sendo usadas em sala de aula na sua escola?

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        Bom dia!
        É muito bom trocar experiências, mas eu gostaria de saber com quem estou conversando.
        Obrigado Sérgio.

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        • Equipe TIM Faz Ciência

          Oi, Sérgio,
          Meu nome é Caroline, sou jornalista e faço parte da Equipe de TIM Faz Ciência. Uma de minhas responsabilidades é responder aos comentários dos professores, alunos e pessoas interessadas que entram aqui no site.
          Perguntei para você como vocês estão usando as rotinas de pensamento na escola porque, como as respostas ficam públicas aqui no site, outros professores podem ler o seu comentário e ficar curiosos.
          Fique à vontade para compartilhar suas experiências aqui no site de TIM Faz Ciência ou então no nosso Facebook: http://www.facebook.com/TIMFazCiencia.

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            Bom dia Caroline!
            Esse método não é nosso, mas fazemos uso dele.
            A rotina é planejado baseado em aumentar a profundidade do pensamento, mas principalmente para tornar o pensamento visível para o professor, o aluno e os outros. Assim fica mais fácil para o professor avaliar o aprendizado dos alunos e mensurar qual nível eles estão. Isso torna o preparo das aulas mais objetivo. É importante que o aluno saiba oque fazer, aonde ele esta e qual o caminho que deve seguir. O professor vai dar subsídios para os alunos alcançarem e/ou superarem suas metas.
            Sérgio

          • Equipe TIM Faz Ciência

            Muito obrigada pelas colocações, Sérgio!

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