Você já parou para pensar que as operações Observar e Verificar são muito conectadas? Na verdade, todas as operações intelectuais podem ser colocadas em prática juntas durante uma mesma atividade. Mas a ligação entre Observar e Verificar é tão nítida, que muita gente acaba até confundindo as duas. Conversamos com a professora Lilian Faversani, uma das responsáveis pela elaboração do material didático de TIM Faz Ciência, para entender melhor como essas operações caminham lado a lado.
O ato de observar está totalmente relacionado às percepções sensoriais que nós temos, ou seja, os cinco sentidos: visão, audição, paladar, tato e olfato. Não é à toa que eles são tão explorados nos jogos do Desafio Nível 1 do percurso. Porém, na observação, o uso desses sentidos é guiado a partir de uma hipótese ou de uma concepção. E é aí que entra a verificação. “Quando temos uma hipótese, e é ela que dirige nossa observação, estamos também realizando uma verificação, uma vez que esta é a operação em que buscamos validar ou confirmar – ou não – certas hipóteses, conhecimentos, proposições”, explica Lilian.
Verificar faz parte de Observar, mas não depende só da observação. Além de explorar os sentidos para confirmar uma hipótese, podemos também utilizar outros métodos. Por exemplo, quando consultamos um dicionário para checar como se escreve uma palavra, pesquisamos em livros ou na internet para encontrar a resposta de uma dúvida, conferimos a previsão do tempo para confirmar se fará frio ou calor no dia seguinte… Verificar, no final das contas, é uma forma de comprovar ou colocar em teste uma informação ou convicção.
No ano passado, as crianças dos 4º e 5º anos da EMEF Professora Araci Duarte, de Massaranduba (SC), observaram diversos lugares na cidade e em casa para verificar se ainda havia sapos na região. Já os alunos do 5º ano da EMEF José Ferreira da Costa, de Aquiraz (CE), escolheram uma maneira simples e eficaz de verificar por que um colega estava faltando tanto às aulas: perguntar ao próprio aluno. Em 2014, o 4º ano da EMEIEF Armando Rosário Castelo, de Londrina (PR), se inspirou nas histórias do percurso Verificar para desvendar um mistério: onde foi parar o ninho de passarinho que ficava na janela da sala? Para isso, eles levantaram várias hipóteses e consultaram professores e funcionários da escola, além de checar se não tinha caído da janela.
Lilian acrescenta que o resultado final de uma verificação não depende só do uso dos sentidos, o que torna essa operação mais abrangente. “As fontes são outras informações e conhecimentos já elaborados por mais alguém, o que permite uma interlocução, uma conversa entre seres humanos. É precisamente por isso que Verificar é presente em Observar, porque, sem ela, cada observação seria apenas o que é mesmo: uma percepção individual, singular e de impossível comunicação”, completa.
Adorei verificar, observar, pois nós vivenciamos todos os dias diferentes situações e tiramos hipóteses, verificamos, observamos sem ao menos perceber que estamos usando tudo isso diariamente. Agora tenho um outro olhar para as histórias, situações que vivo juntamente com meus alunos e também fora da escola. Adirei !
Isso é muito bom, Neldy!
E seus alunos, eles têm se tornado grandes observadores? Aprenderam a fazer hipóteses?