Instituto TIM

Observar sem perder o recreio na sala da Selma

14/07/2014

Veja como foi o percurso de “Observar” na turma da professora Selma Cristina Da Silva, da EMEB Benedito José de Morais de São Bernardo do Campo (SP):

 

Iniciei o projeto com uma carta-convite (tema do trimestre anterior) aos alunos, deixando-os bem curiosos até a apresentação do Caderno do Estudante. Quando a turma recebeu o caderno foi muito legal! Adoraram as imagens e o cheirinho novo dos cadernos.

Esta turminha tem dificuldade para ouvir. Às vezes precisamos de um certo tempo para relaxarem e dar continuidade nas atividades. Eles adoram conversar e desenhar. É uma turma do 1º ano ciclo II, bem esperta. São 26 alunos, um é cadeirante.

Iniciamos pela operação Observar. Primeiro contei a história de Zé, Doroteia e as árvores. Depois, no mesmo dia e em duas aulas posteriores, fiz algumas perguntas sobre a história, só para verificar o quanto de informação que conseguiram guardar. Foi muito bom! Me diverti bastante com algumas confusões, mas o melhor estava por vir na tarefa de observar o recreio.

Para escrever as hipóteses, foi um trabalho. Consultamos o dicionário para entenderem o que era “hipótese”, depois… escrevê-las foi outro momento. Escrever uma ideia particular parecia ser tão fácil que não podia ser! Vários alunos esclareceram a mesma dúvida: Prô, eu vou escrever o que vou fazer? Mas como? Então pedia para os alunos falarem como fariam a observação e orientava-os a escrever exatamente do jeito que falaram. Espantados com a facilidade, voltavam à atividade.

A observação do próprio recreio gerou um conflito. Alguns alunos não gostaram de perder o recreio para realizar a observação, depois ficaram bravos porque também não deu tempo de completar a atividade. Detalhe: eu já havia avisado que “começaríamos” a tarefa da observação e não que era para fazer tudo de uma vez.

Mais uma vez, um momento de diversão para a prô. Precisavam ver suas carinhas de inconformados. E agora? Teriam que perder mais recreios? Foram minutos deliciosos de discussão para resolver o problema. Até uma aluna sugerir observarem o recreio das outras turmas. Felicidade geral e agora o puxão de orelha da prô, que precisou retomar as orientações e recordar a leitura de uma entrevista com uma bióloga, no livro de ciências, a qual deixou bem claro que para se fazer uma boa observação era preciso tempo e paciência. Estas aulas foram FANTÁSTICAS!

Bem, as observações aconteceram tranquilas, a socialização das mesmas foi muito boa, pois entre si ouviram observações que esqueceram de anotar e ideias diferentes do brincar entre meninos e meninas.

Estamos agora no momento de praticarmos as soluções para os problemas que encontramos no nosso recreio e iniciaremos a operação Aplicar.

Na brincadeira e com um olhar de educadora, às vezes uso a fala “olho de lince” em outras atividades e eles já se lembram de que se trata de uma boa observação.

 

Os alunos de Selma escreveram cartinhas-resposta para iniciar o projeto. Nela, eles também fizeram listas de coisas inventadas pelo homem que existem no mundo desde antes deles nasceram. Foi citado até tatuagem!

1 comentário

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    Muito bacana sua contribuição. Após suas dicas, já propus que observassem o recreio das outras turmas, mas como é um período muito curto, a cada dia, eles observam a partir de 2 ou 3 hipóteses, levando uma folha de rascunho. Depois em sala, nos 25 minutos antes do recreio deles mesmos, eles organizavam as idéias no caderno. Esta ainda foi a primeira observação. Vamos ver o que acontece nas próximas rs

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