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Descobertas – e confusões – sobre os elementos

14/06/2017

Como explicamos anteriormente aqui, a tabela periódica reúne todos os elementos químicos descobertos até hoje. Todas as substâncias que conhecemos no universo são formadas por pelo menos um dos 118 elementos registrados na tabela. Chegar a esse número, que pode sempre aumentar, envolveu muita pesquisa e trabalho de diversas pessoas ao longo do tempo. E os métodos para descobrir os elementos foram os mais variados – e até curiosos.

Os primeiros elementos químicos foram registrados milênios antes de Cristo, como cobre, chumbo, ouro, prata e ferro. Esses elementos encontrados na natureza foram utilizados em muitas construções e artefatos, mas não existia a noção que temos hoje do que é um elemento químico. Até o final da Idade Média, quase todo mundo acreditava na ideia do filósofo grego Aristóteles de que todas as substâncias eram feitas da combinação de quatro elementos: água, fogo, terra e ar. Os estudos dos elementos continuaram ao longo dos séculos de maneira bastante lenta. Só depois que a coisa acelerou: a maioria dos elementos químicos que conhecemos foi registrada a partir do século XVIII. Alguns foram descobertos por meio de métodos científicos rigorosos; outros, por puro acidente.

O fósforo é um exemplo do segundo caso. Durante séculos, muita gente acreditou que havia uma receita misteriosa para produzir a pedra filosofal, que transformaria metais em ouro e ajudaria a tornar uma pessoa imortal. O alemão Henning Brand foi um deles, e em 1669 fez um experimento bem esquisito para tentar obter a pedra filosofal. Ele coletou milhares de litros de urina, deixou os barris de molho ao ar livre por várias semanas e começou a ferver, esfriar, destilar, misturar resíduos… O resultado foi uma substância branca que brilhava no escuro e pegava fogo em contato com o oxigênio. Brand deu a ela o nome de fósforo, que significa “fonte de luz” em grego.

Já a descoberta do oxigênio envolveu um método bem comum, que é o isolamento (quando você separa os elementos de uma substância). O primeiro cientista a isolar o oxigênio foi o sueco Carl Wilhelm Scheele, em 1772, ao aquecer um pó que misturava mercúrio e oxigênio. Antes de Scheele divulgar sua descoberta, o inglês Joseph Priestley fez um experimento parecido e publicou o resultado. Só que os dois achavam que tinham descoberto o flogístico, uma substância que alguns acreditavam existir em todos os materiais que pegam fogo. Depois de conhecer os experimentos de Scheele e Pristley, o francês Antoine Lavoisier conduziu seus próprios experimentos e afirmou que não existia o flogístico, nomeando o elemento isolado de oxigênio. Até hoje há uma confusão para definir qual dos três descobriu esse elemento.

Vários outros métodos já foram utilizados nas descobertas, como o estudo das cores que as substâncias provocam em uma chama e a modificação de um elemento para transformá-lo em outro. Estes últimos fazem parte do grupo de elementos artificiais, que foram criados por cientistas e não são encontrados na natureza. Os quatro elementos mais recentes foram acrescentados à tabela periódica em 2016. Quem sabe quantos mais ainda terão?

Curiosidade: O desenhista americano Keith Enevoldsen criou uma tabela periódica incrível que mostra exemplos de onde os elementos são usados ou estão presentes. Infelizmente ela está em inglês, mas dá para comparar com a tabela em português para saber os nomes dos elementos e descobrir pelo menos uma utilidade pelas ilustrações – como o criptônio, usado em lanternas; o vanádio, presente nas molas; e o lantânio, utilizado em lentes de telescópio. Acesse aqui.

 

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