Muitas crianças e adultos já tiveram o sonho de viajar para o espaço: ver a Terra lá do alto, sair flutuando pela nave, fazer pesquisas importantes para a ciência… Mas quem ainda pretende seguir esse sonho tem que ter uma coisa muito importante em mente: é preciso um preparo muito intenso para ser astronauta. Não só em relação aos estudos, mas também ao organismo. É que as condições do espaço causam diversas alterações no corpo humano.
Essa é uma grande preocupação das agências espaciais, principalmente para conseguir encontrar formas de enviar os astronautas para viagens mais longas (como para Marte) sem prejudicar sua saúde. A NASA, agência espacial dos Estados Unidos, fez uma experiência bem interessante: o astronauta Scott Kelly passou um ano na Estação Espacial Internacional, enquanto seu irmão gêmeo idêntico, Mark Kelly, ficou aqui na Terra. Desde que Scott voltou do espaço, em 2016, ele e Mark passam por exames para verificar as diferenças entre os dois e descobrir tudo que a estadia no espaço causou no corpo do astronauta. Veja algumas mudanças que acontecem no organismo de quem se aventura para fora da Terra:
Ossos e músculos mais fracos
Como no espaço o corpo não precisa fazer muito esforço para se manter firme em pé ou se movimentar, os ossos e músculos acabam enfraquecendo. Por isso, os astronautas precisam fazer exercícios todos os dias enquanto estão no espaço – e, mesmo assim, eles voltam para a Terra com ossos e músculos mais leves.
Mais altos no espaço, mais baixos na Terra
Com menos massa muscular ao seu redor e em um ambiente onde a gravidade tem um efeito quase nulo, a coluna vertebral dos astronautas estica, e eles podem ficar até 3% mais altos. Scott Kelly ganhou cerca de 5 cm de altura no espaço, mas já voltou à altura normal na Terra. Muitos astronautas, como Scott, relataram fortes dores nas costas por causa desse problema.
Visão prejudicada
Alguns astronautas ficaram com a visão embaçada ou reduzida por causa de sua estadia no espaço. As mudanças de pressão causam alterações nos globos oculares e no nervo óptico, que podem levar os astronautas a ter mais dificuldade para enxergar.
Líquidos por todo o corpo
Por causa da gravidade, sangue e outros líquidos do nosso organismo ficam, em grande parte, nas extremidades do corpo. Na microgravidade, eles se espalham igualmente pelo corpo todo, inclusive pela cabeça. Durante as primeiras semanas no espaço, as pernas dos astronautas podem ficar mais finas e o rosto, inchado.
Inúmeras adaptações
O coração pode ficar menor, por não precisar de tanta força para bombear o sangue; muitos astronautas têm dificuldade para dormir em condições tão diferentes da Terra; há uma exposição maior à radiação cósmica, que aqui na Terra é filtrada pela atmosfera. Imagina passar por tantas mudanças no espaço e depois se adaptar novamente de volta à Terra? Realmente, ser astronauta não é tarefa fácil!
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