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As plantas nem sempre foram como são agora

As plantas nem sempre foram como são agora

Assim como os animais, as plantas passaram por um processo de evolução que envolveu muitas adaptações às mudanças que ocorreram no mundo. As primeiras plantas que existiram foram algas marinhas, mas não se sabe ao certo quando elas surgiram. Naquele período, não existia ainda a camada de ozônio, que funciona como uma capa de gás na atmosfera que absorve a maior parte dos raios solares. Imagina se todos os raios solares atingissem a Terra sem nenhum obstáculo? A gente nem conseguiria sobreviver! Graças à fotossíntese das algas, que liberam oxigênio para a atmosfera, a camada de ozônio foi formada e criou condições para que mais formas de vida surgissem por aqui. E foi assim que, há 500 milhões de anos, uma espécie de alga verde desenvolveu adaptações em seu organismo para viver fora da água, dando origem às primeiras plantas terrestres. Outro fator que ajudou nessa mudança foram os longos períodos de seca da época. Como a evaporação da água deixava as algas ainda mais expostas ao ar, elas precisavam encontrar uma forma de sobreviver. E muitas adaptações ocorreram nas plantas para que elas se espalhassem pela terra: mudanças no organismo para distribuir a seiva e controlar a perda de água, manter as sementes protegidas no interior dos frutos, raízes longas para obter água do solo… Cada grupo de plantas desenvolveu um mecanismo próprio de sobrevivência. Ao longo do tempo, as mais diversas espécies de plantas dominaram os continentes e formaram biomas. Tudo isso aconteceu de forma natural. Mas também houve outro tipo de evolução das plantas chamada de seleção artificial, que começou após o surgimento da agricultura (há cerca de 10 mil anos). Nessa época, agricultores começaram a selecionar para o plantio apenas as sementes das frutas, verduras e legumes maiores, mais saborosos, mais práticos de se alimentar, entre outras características. Depois de tanto tempo fazendo isso, esses alimentos passaram a nascer com outros aspectos, até chegar nas espécies que conhecemos. Por esse motivo, esse tipo de evolução é chamado de seleção artificial: ele foi causado pelos seres humanos, e não pela própria natureza. Muitas das frutas, verduras e legumes de hoje não são nada parecidos com o que eram há muitos anos. A melancia já pesou menos de 1 kg e tinha um gosto amargo. O milho veio de uma planta chamada teosinto, que é muito fininha, mede cerca de 2 cm e é difícil de descascar. Confira alguns exemplos no vídeo abaixo, feito pelo site norte-americano Business Insider. As informações estão em inglês, mas dá para ver as imagens de como eram cinco alimentos antes de serem modificados pela agricultura. O vídeo mostra os exemplos nesta ordem: cenoura, beringela, milho, melancia e banana (primeiro aparece uma imagem de como era o alimento há muitos anos e, depois, uma foto atual).     Notícias relacionadas: – Como era o Brasil há vários milhões de anos? – Dinossauros, aves e uma ligação de milhões de anos – A evolução ilustrada por crianças do...

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Entre a ciência e a magia do mundo de Harry Potter

Entre a ciência e a magia do mundo de Harry Potter

Objetos que voam, teletransporte, viagem no tempo, ler o pensamento de outras pessoas… Essas e muitas outras habilidades que parecem extraordinárias para nós são comuns no mundo de Harry Potter, protagonista da famosa série de livros da escritora inglesa J.K. Rowling. Enquanto alguns feitiços e poções têm efeitos que parecem ser impossíveis de acontecer no universo dos “trouxas” (como são apelidados os não bruxos na série), outros têm funções que já existem na ciência ou que estão no caminho de serem alcançadas. A magia de Harry Potter já foi inclusive tema de pesquisas acadêmicas. Dois alunos da Universidade de Leicester (Inglaterra), por exemplo, publicaram artigos no ano passado divulgando os estudos que fizeram para saber se os efeitos do guelricho e da poção Esquelesce seriam viáveis – caso eles existissem, é claro. O guelricho é uma planta mágica que faz com que os bruxos desenvolvam temporariamente características de peixes para respirar e nadar melhor debaixo d’água. Já a poção Esquelece faz com que os ossos cresçam em algumas horas. O resultado dos estudos foi que nenhum dos dois efeitos poderia acontecer, pelo menos da forma como são apresentados nos livros e nos filmes. Mas também existem tecnologias que realizam funções bem parecidas com os feitiços e poções usados pelos bruxos da série. Graças à nanotecnologia, há materiais que repelem totalmente a água e outros líquidos, mantendo-se sempre secos. Tem até um spray que você pode espirrar em objetos para que eles passem a repelir água (veja neste vídeo). É o mesmo efeito que acontece com o feitiço Impervius, que ajudou Harry Potter a proteger os óculos das gotas de chuva durante uma partida de quadribol. Por sua vez, uma impressora 3D pode fazer cópias de objetos (com certas limitações), assim como o feitiço Geminio. Daqui a algum tempo, talvez a gente possa acompanhar o surgimento de mais invenções que se aproximem do universo mágico criado por J.K. Rowling. Já contamos aqui no site sobre um equipamento desenvolvido na Universidade de Rochester (Estados Unidos) com lentes que deixam objetos invisíveis – o nome foi inspirado na Capa da Invisibilidade de Harry Potter: Capa de Rochester. Ainda não conseguimos fazer com que objetos saiam voando na direção e altura que quisermos – como o feitiço Vingardium Leviosa –, mas podemos manter objetos flutuando no ar por meio do magnetismo. Existem também diversos projetos (inclusive no Brasil) para criar trens que se movimentam por levitação magnética, sem encostar nos trilhos. Pílulas que ajudam a apagar ou modificar memórias, como o feitiço Obliviate; máquinas que transmitem pensamentos, que lembram a prática de Legilimência; pesquisas sobre a possibilidade de viajar no tempo, que pode ser feito com a ajuda de um Vira-Tempo; e muitos outros estudos e experimentos mostram que cada vez mais a ciência se empenha em tentar transformar o que parece ser magia em realidade!   Curiosidade: O site da revista Superinteressante publicou uma matéria comparando os seres do filme “Animais fantásticos e onde habitam” – também parte da saga Harry Potter – com animais da vida real, tanto em relação à aparência quanto em relação à habilidade. Confira neste link.   Notícias relacionadas: – Invenções da ficção que viraram reais – Ficção científica na realidade da sala de aula – Super-heróis: a ciência por trás dos superpoderes   Créditos da imagem em...

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Os diferentes e curiosos sentidos do mundo animal

Os diferentes e curiosos sentidos do mundo animal

No mundo animal, esqueça tudo o que você sabe sobre os sentidos. A maneira com que os bichos percebem o mundo é muito variada e diferente da que estamos acostumados. Se os humanos utilizam tato, olfato, visão, paladar e audição e têm órgãos no corpo específicos para isso, entre os animais é uma mistura só! Tem espécies que usam órgãos inusitados para os cinco sentidos; outras que têm sentidos tão aguçados, que parecem de super-heróis; e ainda há aquelas que possuem sentidos que os humanos não têm. Conheça algumas delas a seguir!   Língua para o olfato, patas para o paladar… Assim como a gente, as cobras respiram por meio de narinas. Mas a maior responsável pelo olfato desses répteis é a língua. Não é à toa que em muitas imagens as cobras aparecem com a língua para fora. Elas fazem isso para captar partículas de odores e levá-las para o céu da boca, onde têm um órgão que identifica os cheiros. A ponta da língua das cobras é dividida em duas partes para que elas possam saber de qual direção está vindo o cheiro e se orientar melhor. Já as moscas têm sensores nos pelos das patas para sentir o sabor dos alimentos antes mesmo de levá-los à boca. Por isso elas ficam toda hora pousando nas comidas e esfregando as patas para limpá-las. Mas no quesito paladar aguçado as moscas não são páreo para uma espécie de bagre chamada Ictalurus natalis, que tem o corpo todo coberto por papilas gustativas (as saliências que nós também temos na língua para sentir os sabores). Fica mais fácil de localizar os alimentos quando seu corpo todo funciona como uma língua, não é mesmo?   Supersentidos dos animais Alguns bichos conseguem ver espectros de luz que nós não conseguimos: ultravioleta e infravermelho. A rena, por exemplo, enxerga a luz ultravioleta e, com isso, tem mais facilidade para avistar e se proteger dos lobos, seus predadores. Ao invés de confundir o pelo branquinho do lobo com a neve, as renas veem a neve mais clara e o lobo mais escuro. Além de enxergar a luz ultravioleta, as aranhas-saltadoras têm uma visão de quase 360°, graças aos seus oito olhos distribuídos na frente e nas laterais da cabeça. Enquanto o ouvido humano escuta sons em uma frequência entre 20 e 20 mil Hz, existem animais que se comunicam em frequências mais baixas (infrassom) e mais altas (ultrassom). Baleias, golfinhos e morcegos são animais bastante conhecidos por essa habilidade e por conseguir se localizar pelo eco dos sons que emitem. Os elefantes também produzem e escutam infrassons – para você ter uma ideia, eles podem ouvir um trovão a 500 km de distância, o que equivale à distância entre São Paulo (SP) e Belo Horizonte (MG).   Além das capacidades humanas Existem animais com sentidos que nem conseguimos imaginar como devem ser, já que não os possuímos. Os ornitorrincos e os tubarões-martelo podem detectar mudanças no campo elétrico que são causadas pelo movimento de outros bichos, o que os ajuda a capturar suas presas. Abelhas, pássaros e outros bichos têm a capacidade de perceber o campo magnético da Terra e se guiar a partir dele, como se tivessem bússolas no organismo. Graças aos seus bigodes, as focas conseguem localizar os rastros do movimento de...

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Nós enxergamos as cores da mesma maneira?

Nós enxergamos as cores da mesma maneira?

Podemos dizer que o morango é vermelho, que a grama é verde, que o girassol é amarelo… E será que o tom de vermelho que você vê no morango é o mesmo que outra pessoa vê? Não necessariamente. Cada um de nós tem uma maneira diferente de enxergar as cores, mesmo que, geralmente, seja bem parecida. Isso acontece porque as cores não estão presentes nos objetos: elas são frequências de luz, e a forma como nós as enxergamos depende de como os nossos olhos e cérebro captam e processam essas frequências. Você se lembra de quando explicamos que o físico inglês Isaac Newton fez um experimento com prismas e descobriu que a luz branca é formada pela mistura das cores do arco-íris? Essa é a chave para entender o que são as cores. Nós só vemos que um morango é vermelho porque ele tem propriedades específicas que fazem com que ele absorva os feixes de todas as cores, menos da vermelha. A luz vermelha é refletida para os nossos olhos, que detectam a cor e transmitem essa informação para o cérebro. Se nós iluminarmos o morango com uma luz de qualquer outra cor que não seja vermelha, ele vai ficar com a cor preta, já que não há nenhum feixe vermelho para refletir. Na animação abaixo, do projeto Universidade das Crianças, dá para entender melhor como esse processo acontece.     É claro que não existem só objetos das sete cores do arco-íris (vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, anil e violeta). As outras cores e tonalidades que vemos são um resultado da mistura de dois ou mais feixes de cores que são refletidos pelos objetos. A cor rosa, por exemplo, surge com a mistura das luzes vermelha e violeta. Quando todos os feixes são refletidos pelo objeto, vemos a cor branca. E objetos da cor preta absorvem todos os feixes, sem refletir nenhum – por isso, dizem que a cor preta é a ausência de cores. Um experimento bastante conhecido para observar misturas de cores é o disco de Newton. Basta recortar uma cartolina em formato de círculo, dividi-la em sete partes iguais e pintar cada uma de uma cor do arco-íris. Faça um furo no meio do círculo para deixar um lápis atravessado. Ao girar o lápis bem rápido com as mãos, você vai observar as cores se misturando e deixando o disco com a cor branca. Dá também para fazer discos com outras combinações de cores para observar como elas se misturam. Veja uma outra maneira de fazer esse experimento no vídeo do Manual do Mundo:     Como explicamos no início, as pessoas podem não enxergar as cores da mesma forma porque cada organismo funciona de uma maneira. Tanto é que existem pessoas que não conseguem diferenciar algumas cores – essa condição se chama daltonismo. Além disso, outros aspectos influenciam o modo como vemos as cores, desde a luz que está iluminando o objeto até mesmo o nosso humor. E tudo isso se refere apenas à visão dos seres humanos. No caso dos animais, há aqueles que não conseguem enxergar cores, outros que veem algumas cores e, ainda, existem bichos que podem detectar cores que os humanos não conseguem. Imagina como deve ser ver o mundo ainda mais colorido do que já vemos?   Notícias relacionadas:...

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O desafio de levar os primeiros humanos a Marte

O desafio de levar os primeiros humanos a Marte

Há 47 anos, durante a missão Apollo 13, três astronautas norte-americanos deram uma volta ao redor da Lua e atingiram a maior distância da Terra já alcançada por seres humanos. Desde então, houve inúmeros avanços na exploração espacial, inclusive o lançamento de uma sonda que está viajando fora do Sistema Solar. Mas nenhum deles levou um ser humano tão longe quanto os cerca de 400 mil km da Terra alcançados em 1970. Essa situação tem tudo para mudar em menos de duas décadas: o desafio agora é levar astronautas a Marte no início da década de 2030. Há vários estudos e testes sendo feitos para descobrir tanto como transportar os astronautas em segurança quanto como fazer com que eles consigam sobreviver no planeta vermelho. As condições para essa jornada não são nada fáceis: uma viagem até nosso planeta vizinho dura sete meses, a temperatura média de lá é -63 °C e não há oxigênio em sua atmosfera. Enquanto cientistas e engenheiros quebram a cabeça para encontrar soluções para esses e outros problemas, há vários estudos sobre Marte sendo feitos em parceria entre agências espaciais pelo mundo a partir de informações coletadas por veículos espaciais enviados ao planeta, como o jipe-robô Curiosity. A NASA, a agência espacial dos Estados Unidos, é a única agência espacial do mundo que tem um plano já divulgado para uma missão tripulada a Marte. Existem também empresas e iniciativas privadas que se juntaram a essa corrida. Uma delas é a Mars One, que fez uma seleção mundial de candidatos a formar a primeira colônia de seres humanos no planeta vermelho (sem chance de retorno à Terra) – a professora universitária Sandra da Silva, de Porto Velho (RO), está entre os 100 selecionados que podem ocupar as 24 vagas. Porém, muitos cientistas acreditam que a Mars One não tem condições de realizar esse feito em 2031, ano calculado pela iniciativa para a decolagem do primeiro grupo de tripulantes. Já o plano da NASA é dividido em três etapas. A primeira, chamada “Dependente da Terra”, já começou e envolve pesquisas com tecnologias, sistemas de comunicação e vida no espaço por longos períodos realizadas a bordo da Estação Espacial Internacional. A etapa “Campo de testes” está prevista para iniciar no próximo ano e durar até 2030. Serão feitos os primeiros testes de lançamento do foguete Space Launch System e da nave Orion, que devem ser utilizados nas viagens a Marte. Neste momento, eles serão lançados a uma distância de milhares de quilômetros depois da Lua – já quebrando o recorde da Apollo 13. Um grupo de astronautas viverá por um ano nessa distância para testar as condições de sobrevivência. Outra missão importante dessa etapa será a de coletar uma grande rocha de um asteroide e colocá-la na órbita da Lua. Quando estiver em órbita, astronautas irão coletar amostras da rocha e levá-las para a Terra. Esse processo também servirá como teste de tecnologias e procedimentos necessários para a viagem a Marte. Então, no início da década de 2030, a NASA espera iniciar a etapa “Independente da Terra”, na qual finalmente enviará os primeiros astronautas para a órbita de Marte. Lá eles farão estudos e testes para saber o que é preciso para pousar em segurança e explorar o planeta pessoalmente. Será que em menos de 20 anos veremos...

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Chimpanzés e macacos chegam à Idade da Pedra

Chimpanzés e macacos chegam à Idade da Pedra

Há cerca de 4,5 milhões de anos teve início o período Paleolítico, também conhecido como Idade da Pedra Lascada. Foi a época em que os hominídeos – como são chamados os ancestrais da nossa espécie, Homo sapiens – começaram a lascar ossos e pedras para utilizá-los como ferramentas na caça e na coleta de alimentos. Naquele período, nenhum outro animal tinha habilidades como essas. Hoje, a história é diferente: cientistas afirmam que outras espécies de primatas entraram em sua própria Idade da Pedra! Tudo começou com estudos sobre um grupo de chimpanzés que vive na Costa do Marfim, na África. Esses chimpanzés utilizam pedras para quebrar cascas de nozes, o que faz com que as pedras fiquem lascadas e se tornem ferramentas simples, como as que foram feitas pelos hominídeos. Mas, ao contrário do que muitos pensavam, esse comportamento não é recente e nem é uma imitação dos humanos. Em 2007, arqueólogos escavaram uma área na região e encontraram um monte de ferramentas de pedra feitas pelos chimpanzés, incluindo algumas bastante afiadas e precisas, que tinham mais de 4 mil anos! Isso significa que a utilização de pedras como ferramentas foi passada de geração para geração entre esses animais. A arqueologia, disciplina que investiga vestígios deixados por humanos, ganhou um novo ramo de pesquisa: a arqueologia de primatas não humanos. Esse tipo de arqueólogo pesquisa as ferramentas utilizadas pelos chimpanzés e outras espécies de primatas, como o macaco-cinomolgo, da Tailândia. Uma das descobertas mais recentes aconteceu em 2016 aqui no Brasil, no Parque Nacional Serra da Capivara (Piauí). Além de usar pedras para quebrar castanhas-de-caju e para cavar, macacos-prego da região costumam bater pedras contra rochas para lamber e cheirar o pó de quartzo que sai delas. Veja só no vídeo abaixo:     Dá para perceber bem nesse vídeo que a ação dos macacos-prego gera lascas de pedra afiadas, não é mesmo? Ao observar e estudar essas lascas, pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), da Universidade de Oxford e da University College London – as duas últimas, da Inglaterra – descobriram que elas são muito parecidas com ferramentas talhadas por hominídeos há 2,6 milhões de anos! Mesmo com a diferença de que os macacos-prego criam essas ferramentas de forma espontânea, ao contrário dos hominídeos, isso mostra que os arqueólogos precisam rever seus métodos para não confundir ferramentas de pedra lascada feitas por hominídeos das que são produzidas por outras espécies de primatas. Outra descoberta incrível registrada pelos cientistas recentemente também está relacionada aos chimpanzés da Costa do Marfim, de que falamos anteriormente: eles conseguem transformar galhos finos e longos de árvores em ferramentas para coletar e beber água. Para isso, os chimpanzés mastigam a ponta dos galhos até deixá-la parecida com a ponta de um pincel. Assim eles podem utilizar os galhos para absorver água de buracos estreitos e fundos nas árvores e depois sugá-la, como um canudinho. A entrada desses primatas na Idade da Pedra ainda tem muito a ensinar para a gente. Será que todas as ferramentas da Idade da Pedra Lascada encontradas foram realmente feitas por hominídeos? Será que os chimpanzés e macacos podem evoluir e, no futuro, começar a utilizar essas ferramentas da mesma forma que os hominídeos usaram? Será que os hominídeos começaram a utilizar ferramentas de pedra espontaneamente, assim como os...

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Vários critérios para classificar os seres vivos

Vários critérios para classificar os seres vivos

A classificação dos seres vivos é tão importante para a ciência, que tem até um nome específico: taxonomia. Esse é o ramo da ciência responsável por identificar, descrever e classificar as criaturas do planeta em diferentes grupos. Muito mais do que uma organização da vida na Terra, a taxonomia ajuda no estudo das espécies, em entender como aconteceu o processo de evolução e oferece informações que podem ser utilizadas para várias finalidades, como prevenção de doenças, preservação da natureza, segurança alimentar, entre outras. Há diversas maneiras de se classificar os seres vivos, mas existe um conjunto de critérios oficiais utilizados na taxonomia. Mesmo assim, esses critérios são questionados e revisados constantemente, já que volta e meia os cientistas descobrem alguma espécie que não se encaixa em nenhum deles. A forma de se classificar os seres vivos mudou bastante ao longo do tempo, acompanhando o avanço da ciência. A primeira classificação de que se tem registro foi feita pelo imperador chinês Shen Nung há aproximadamente 4,6 mil anos. Ele pesquisou e classificou 365 espécies de plantas, minerais e animais de acordo com suas propriedades medicinais – diz a lenda que Shen Nung experimentou a maioria delas. Também há registros com classificações de plantas medicinais em papiros e pinturas nas paredes feitas há 3,5 mil anos no Egito. Mas quem classificou os seres vivos de acordo com as características do organismo pela primeira vez foi o filósofo grego Aristóteles, há cerca de 2,3 mil anos. Ele utilizou vários critérios para organizar os animais em diferentes grupos, como espécies “com sangue” e “sem sangue” (semelhante ao que hoje chamamos de vertebrados e invertebrados), terrestres e aquáticas, vivíparas, ovovivíparas e ovíparas, mamíferos, peixes, aves, insetos, crustáceos e moluscos… Aristóteles foi o primeiro a usar duas palavras para nomear as espécies, sendo que a primeira era referente à família a qual ela pertence e a segunda, para identificá-la dentro dessa família. Por muito tempo, a classificação dos seres vivos foi feita com base nos critérios de Aristóteles e outros filósofos da Antiguidade. Só no século XVI, com as viagens de exploradores europeus pelo mundo e a descoberta de novas espécies, que novos critérios começaram a ser definidos. Até que no século XVII o cientista sueco Carl Linné estabeleceu uma série de regras para identificar e classificar os animais, e ficou conhecido como “pai da taxonomia”. Foi ele quem determinou como deveriam ser criados os nomes científicos. Além disso, Linné sugeriu um sistema de classificação que incluía classe, ordem, gênero e espécie. Porém, existia um problema na técnica de classificação criada por Linné: ele considerava como seres vivos apenas as plantas e os animais. Graças ao trabalho de outros biólogos ao longo dos séculos XIX e XX, sabemos agora que os seres vivos são classificados em cinco reinos: animal, vegetal, fungi (fungos), protista (inclui seres como algas e amebas) e monera (inclui bactérias e arqueobactérias). Além disso, a teoria da evolução lançada pelos cientistas Charles Darwin e Alfred Wallace no século XIX fez com que o sistema de Linné fosse ampliado, já que novas ligações entre as espécies foram descobertas e sugiram outros critérios de classificação. Como você pode perceber, as formas de se classificar os seres vivos podem mudar o tempo todo, mesmo que os critérios sejam objetivos – assim como na história “A...

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O ensino de ciências na visão dos alunos

O ensino de ciências na visão dos alunos

O que os jovens pensam sobre o ensino de ciências? Essa é uma das perguntas que o projeto ROSE (The Relevance of Science Education, ou A Relevância do Ensino de Ciências, em português) busca responder. Esse projeto nasceu há 15 anos na Universidade de Oslo, na Noruega, e foi desenvolvido com a colaboração de pesquisadores de vários países. O objetivo do ROSE é oferecer informações sobre a postura dos estudantes na faixa dos 15 anos em relação à ciência. Isso é feito por meio de um questionário que já foi aplicado em cerca de 40 países, incluindo o Brasil. “Ele não é um instrumento de coleta de dados, como é o PISA e o ENEM, não é de desempenho. As questões do ROSE não têm certo ou errado. É mais próximo de um instrumento de pesquisa de opinião do que de uma pesquisa de desempenho”, explica Luiz Caldeira, professor do Centro de Educação da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Luiz foi o responsável por aplicar o questionário pela primeira vez no Brasil, entre 2007 e 2008. A experiência foi tema de sua tese de doutorado na Universidade de São Paulo (USP), que pode ser acessada aqui. O questionário do ROSE é extenso, mas traz indicadores bem importantes para entender a relação dos jovens com a ciência. Os estudantes são convidados a marcar, em uma escala de 1 a 4, qual seu nível de interesse em aprender certos temas, que aspectos gostariam que sua futura profissão tivesse, suas opiniões sobre as aulas de ciências e sobre a ciência e a tecnologia em geral, entre outras (você pode conferir o questionário completo adaptado para o português a partir da página 156 da tese de Luiz). “A ideia dele é complementar os dados obtidos pelos instrumentos quantitativos de desempenho, para que professores, pesquisadores, formadores de opinião, executores das políticas públicas tenham mais um elemento para tomar suas decisões. Um elemento baseado na voz do estudante”, afirma Luiz. Mesmo que o projeto ROSE seja voltado para jovens de 15 anos, o questionário pode ser adaptado para alunos de qualquer idade, de acordo com os temas que compõem o currículo de cada turma. Para crianças, uma alternativa é projetar as questões na sala de aula e pedir para os alunos responderem por meio de carinhas. Luiz ainda sugere que o questionário seja aplicado nas primeiras semanas de aula. “A ideia é você escutar seus alunos para fazer um planejamento sob medida de acordo com os interesses daquela turma.” O professor aplicou o questionário com 652 alunos de São Caetano do Sul (SP) e Tangará da Serra (MT). Alguns anos depois, sua colega Ana Maria Santos Gouw também realizou o projeto como tema de sua tese de doutorado na USP (consulte neste link) – desta vez, 2.365 alunos de 84 escolas em todos os estados brasileiros responderam o questionário. Algumas das descobertas foram que o assunto que mais interessa às meninas é saúde, enquanto os meninos preferem tecnologia. No geral, os temas que os estudantes mais gostam são os relacionados à Biologia Humana. Os alunos ainda mostraram uma visão positiva das aulas de ciências e da área de ciência e tecnologia em geral. O índice de interesse dos jovens brasileiros pela ciência é maior do que os registrados em países como Japão, Finlândia, Suécia...

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Turma conquista nova sede para escola na Bahia

Turma conquista nova sede para escola na Bahia

Uma mobilização dos alunos do 5º ano e da professora Solange Lage Almuiña trouxe uma grande conquista para a EM Vivaldo da Costa Lima, de Salvador (BA): um novo prédio para a escola! O início de tudo foi com o desafio de observação do recreio. A turma percebeu que o espaço para o recreio é muito pequeno, o cardápio da merenda poderia ser melhorado e havia violência e xingamentos entre os alunos. A coordenadora da escola, que acompanhou Solange na condução dos percursos, sugeriu que as crianças escrevessem uma carta para a direção com todas as sugestões para melhorar o recreio. Uma delas foi diversificar o cardápio da merenda. “A principal reclamação foi que não podiam repetir a merenda quando ela era ‘boa’, como eles disseram”, conta Solange. É que, na maioria dos dias, a merenda tinha leite, achocolatado, mingau, sopa ou biscoitos, e havia alunos que optavam por não comer. Quando tinha uma refeição diferente, todo mundo comia e não sobrava para quem queria repetir. A solução aceita pela diretora e pela nutricionista foi incluir alimentos diferentes em mais dias no cardápio. Para diminuir a violência e os xingamentos, os estudantes pensaram em organizar um projeto voltado à paz e à gentileza. Por falta de tempo, eles não conseguiram colocá-lo em prática. Mas a professora pretende dar continuidade ao projeto com os alunos deste ano. “Considero um ponto muito importante a ser discutido, já que a escola fica em uma comunidade violenta, com agressões físicas e verbais constantes”, afirma. “A escola toda necessita disso.” A sugestão para o problema do espaço na hora do recreio veio do aluno Jeferson Santana: fazer um abaixo-assinado para solicitar à Prefeitura uma nova sede para a escola. Atualmente, ela fica em um casarão adaptado no bairro do Pelourinho e é bem pequena. O recreio é realizado em um pequeno refeitório e um corredor, não há quadra e nem pátio para as aulas de Educação Física, as salas de aula são apertadas e os livros ficam dispostos em prateleiras pelos corredores, ao invés de uma biblioteca. As crianças e a professora organizaram o abaixo-assinado e pediram a ajuda de todo mundo da escola e de moradores da comunidade para coletar as 200 assinaturas. Cada aluno escreveu uma cartinha para o prefeito de Salvador, Antônio Carlos Magalhães Neto, e Solange reuniu as ideias para elaborar uma única carta (veja abaixo), tomando o cuidado de manter o jeito das crianças de escrever. A direção da escola também preparou um ofício para reforçar a solicitação. Os documentos foram entregues pela turma na Prefeitura-Bairro do Centro de Salvador. “Falei que fazia questão de entregar a carta das crianças para o prefeito”, diz Solange.     O resultado foi uma grande surpresa. A turma foi convidada pela Prefeitura para participar da missa de Ação de Graças em uma igreja do bairro, em que os alunos entrariam com a Bíblia durante a celebração. Quando eles entraram, o próprio prefeito falou a todos sobre a iniciativa das crianças e anunciou que concedeu a autorização para a escola procurar um novo prédio. “Foi muito inesperado, ninguém sabia que isso ia acontecer”, relata a professora. Agora a equipe da escola já está visitando alguns prédios para escolher uma nova sede. A expectativa é que a escolha e a solicitação para a Prefeitura...

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Um museu com centenas de invenções

Um museu com centenas de invenções

Óculos com funis para pingar colírios, um piano dobrável, um equipamento para ler livros deitado sem precisar utilizar as mãos para segurá-lo… Estes são apenas alguns dos itens curiosos e criativos que fazem parte do acervo do Museu das Invenções, também conhecido como Inventolândia. O museu fica em São Paulo (SP) e tem cerca de 500 invenções expostas, a maioria criada por brasileiros. A Inventolândia é aberta a visitantes de todas as idades, mas as crianças são a maior parte do público, especialmente por causa das excursões escolares. A gerente do local, Daniela Mazzei, conta que um dos objetivos do museu é justamente atrair o interesse dos pequenos, que se divertem ao experimentar algumas das invenções. Uma bola quadrada que quica como se fosse redonda, um jogo de basquete de botão e um pente para carecas (que ainda têm um pouco de cabelo nas laterais) estão entre as invenções mais populares entre a garotada.     Parte das invenções expostas não chegou a ser comercializada, enquanto outras viraram um grande sucesso. Uma delas é o tão utilizado espaguete de piscina, que foi criado pelo paulista Adriano Sabino. As rosas de madeira, inventadas por Odair e Marcos Oliveira, começaram a ser vendidas na Paraíba e hoje estão presentes também em lojas na Bahia e em São Paulo. “No Brasil existem bastante inventores, e as pessoas estão começando a ser mais incentivadas a investir em suas ideias”, afirma Daniela. A Associação Nacional dos Inventores, que é responsável pelo museu e oferece orientação para quem quer lançar suas invenções, mantém um site com vários exemplos de invenções brasileiras. Daniela explica que os inventores costumam ser pessoas observadoras e criativas, mas que não existe um perfil específico para defini-los. “Poucos hoje se intitulam como inventores, como era antigamente, que a pessoa só se dedicava a isso. São pessoas comuns que passaram por uma necessidade no dia a dia, seja profissional ou não, inventaram um produto para solucionar essa necessidade e viram que também servia para outras pessoas”, diz. Ao contrário do que muita gente pensa, uma invenção não precisa ser algo extraordinário ou diferente. Uma adaptação ou melhoria de algo que já existe também pode ser inovador.     Para as crianças que sonham em um dia ter sua própria invenção, Daniela recomenda pesquisar bastante e ir atrás de suas ideias. “Tem que aproveitar esse momento, em que a imaginação é muito aflorada, e não perder isso, não deixar passar.” Muitas das invenções do museu são de pessoas que acharam que era uma má ideia e, alguns anos depois, decidiram tentar colocar em prática. “Sempre tem coisas a serem inventadas. Tudo que está à nossa volta foi inventado por alguém”, conclui. O Museu das Invenções fica na Rua Doutor Homem de Melo, 1109, no bairro Perdizes. Ele abre de segunda a sexta-feira das 10h às 17h e a entrada custa R$ 15 (crianças menores de 5 anos não pagam). Quem não é de São Paulo pode dar uma olhadinha no museu pelo tour virtual disponível no...

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