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TFC inspira tema de pesquisa em mestrado

TFC inspira tema de pesquisa em mestrado

A professora Manuelle Simeão recebeu uma notícia incrível no final de 2016: ela foi aprovada no mestrado em Formação Científica, Educacional e Tecnológica na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR)! E a inspiração para o tema da pesquisa que ela irá desenvolver veio de TIM Faz Ciência: “Distanciamentos e proximidades da concepção do ensino de ciência nas Práticas de Ciência e Tecnologia”. Para Manuelle, os encontros de formação de TFC transformaram seu jeito de ensinar e trouxeram uma nova visão sobre a educação, o que a levou a escolher o tema de seu projeto de pesquisa. “Comecei a olhar para a ciência com outros olhos a partir das formações”, afirma. “TIM Faz Ciência abriu portas para a minha vida acadêmica, foi bem decisivo.” Manuelle vai investigar como é o ensino de ciência em Curitiba (PR) dos pontos de vista de todo mundo que está envolvido nesse processo: o que a Secretaria Municipal de Educação entende como ciência e como ela prepara os professores nessa área, como os professores estão passando os conteúdos científicos para os alunos e, por fim, como é a compreensão dos alunos sobre ciência. “Estou me sentindo bem desafiada. Espero fazer uma pesquisa abrangente e um trabalho que venha a colaborar com todos os professores na prática do ensino de ciência”, comenta. Em 2016, os professores da Educação Integral que participaram de TFC receberam formações e orientações da Secretaria Municipal de Educação para integrar as operações intelectuais às atividades de Práticas de Ciência e Tecnologia (saiba mais aqui), uma das matérias que compõem a Educação Integral da rede pública de Curitiba. Manuelle é uma dessas professoras: ela dá aula de Práticas de Ciência e Tecnologia para turmas do 1º e do 2º ano do CEI Romário Martins. Os professores dessa disciplina podem escolher um ou mais temas do currículo de ciências para desenvolver com os estudantes ao longo do ano. O tema escolhido por Manuelle foi saúde. A criançada aprendeu sobre o mosquito Aedes aegypti, vírus, vacina, alimentação saudável e sistema digestório, e utilizaram as operações em diversos momentos. O jogo que a professora criou no Desafio Nível 2 de Verificar, por exemplo, envolveu situações relacionadas à alimentação e à digestão: como verificar se o alimento foi bem digerido, se a alimentação de uma pessoa é saudável, entre outras. Ao falar sobre vacina, os próprios alunos concluíram que o inventor da primeira vacina, Edward Jenner, fez isso a partir da observação e da verificação. Ele observou que pessoas que ordenhavam vacas não pegavam varíola, uma doença perigosa que era muito comum na época (século XVIII). Então ele fez um experimento para verificar se isso era verdade e desenvolveu uma vacina contra a doença. Por seus alunos serem crianças mais novas, que ainda estão aprendendo a ler e escrever, Manuelle apresentou o material e explicou cada atividade com bastante calma e cuidado. Muitos desafios foram feitos de forma oral e por meio de desenhos, e geraram discussões animadas na turma. “Quando perguntei ao 1º ano por que eles achavam que estavam aprendendo ciências, depois de algumas aulas e discussões, eles me disseram, explicando com suas palavras, que era para aprender sobre o mundo em que a gente vive. ‘Pronto’, pensei, ‘me deram uma aula’”, conta a...

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Maquetes, robô e descobertas sobre energia eólica

Maquetes, robô e descobertas sobre energia eólica

O desafio final da etapa Generalizar convida os alunos a resolver duas situações-problema. Na EMEF Dionísia Guerra, de Aquiraz (CE), o pessoal do 5º ano também levantou outras situações-problema que poderiam ser resolvidas, e uma delas chamou a atenção do professor Lucinio Peres Cavalcante. Lucinio perguntou à turma qual era a fonte da energia utilizada em suas casas e o que pode gerar energia. Um dos alunos logo mencionou o vento (Aquiraz é uma grande produtora de energia eólica) e questionou se a energia gerada pelo vento pode chegar a todas as casas. As crianças foram para casa com a missão de pesquisar o assunto. Além de pesquisas sobre energia eólica, alguns estudantes também trouxeram referências sobre energia solar. A partir de então, outras dúvidas surgiram: pode usar o ventilador para gerar energia? Como a energia chega em nossas casas? A energia pode ser guardada? Algumas das respostas para essas e outras perguntas não foram encontradas nos materiais de pesquisa. Então Lucinio propôs que a turma descobrisse na prática, construindo maquetes! Essa missão exigiu mais pesquisas e gerou ainda mais descobertas. As crianças conheceram o que é transistor, capacitor, placa fotovoltaica e outros conceitos de eletrônica necessários para fazer o projeto. “Eles entenderam, por exemplo, que o capacitor é como uma caixa d’água, mas que armazena energia”, diz Lucinio. A maquete foi construída com materiais recicláveis e outros componentes doados pelos pais ou reaproveitados de equipamentos que não estavam mais sendo utilizados, como um mouse de computador e um motor de aparelho de DVD. A ideia era criar uma minicidade com postes de lâmpadas LED que acendessem com energia eólica. Durante o processo de construção, a turma se deparou com vários problemas: a maquete não cabia no armário da sala, as lâmpadas não acendiam, outras queimaram… A cada problema enfrentado, eles tentavam outras maneiras de construir a maquete para verificar qual era a correta. Os pais também ajudaram a solucionar dúvidas e a encontrar fontes de pesquisa. No final, deu certo: as luzes da maquete se acenderam! A garotada ficou tão feliz, que fez questão de apresentar aos colegas das outras turmas – foi a primeira Feira de Ciências da escola. A maquete de energia solar não deu certo, já que o painel fotovoltaico feito pelos alunos não gerou energia suficiente para acender as luzes. Mas um aluno teve a ideia de construir um robô para utilizar o painel. Foi assim que surgiu Ricardo, um mouse-robô construído pela turma que se move com energia solar. Todos os passos para a confecção das maquetes e do robô foram devidamente registrados pela turma. “As crianças estavam realmente se sentindo como cientistas”, conta o professor. Segundo Lucinio, os percursos de TIM Faz Ciência foram fundamentais para esse projeto. “Se não fosse o material de TIM Faz Ciência para nos dar um norte, uma referência, não teríamos feito nada disso, porque o material didático que temos aqui não traz esses conceitos tratados por TIM Faz Ciência”, afirma. As operações intelectuais foram utilizadas em todos os momentos da atividade e ajudaram a turma a resolver suas questões. “Para eles é muito fácil agora falar de energia eólica e solar, porque eles viram na prática.” O professor acrescenta que os desafios de TFC deixaram as crianças ainda mais curiosas e que agora elas acreditam muito...

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Diferentes fontes para produzir energia elétrica

Diferentes fontes para produzir energia elétrica

Nesta matéria, explicamos que um dos elementos que causam a formação das ondas do mar é a energia transmitida pelo vento. E assim como as ondas surgem por causa da energia, elas também podem gerar energia – nesse caso, a energia elétrica, a mesma que usamos no dia a dia. Aqui no Brasil, a maior parte da energia elétrica é gerada em usinas hidrelétricas. Mas estão sendo testadas novas formas de produzir energia que prejudicam menos o meio ambiente – aproveitar o movimento das ondas é uma delas. Existem vários métodos para gerar energia a partir das ondas. Um deles foi desenvolvido por uma equipe da Universidade Federal do Rio de Janeiro e testado em uma usina no Porto do Pecém, em São Gonçalo do Amarante (CE) − a primeira usina da América Latina dedicada a utilizar as ondas como fonte de energia elétrica. Ela funciona assim: as ondas do mar fazem balançar dois equipamentos enormes chamados flutuadores. Ao balançar, eles movimentam braços mecânicos e ativam um sistema que usa um jato de água bem forte para girar uma turbina. Essa turbina aciona um gerador que produz a energia elétrica e a envia para o local de onde será distribuída. Outra fonte natural que pode ser usada para gerar energia vem de dentro da Terra: é a energia geotérmica. Em regiões próximas a vulcões, as reservas de água que estão bem debaixo da superfície são aquecidas pelo magma (uma massa pastosa e muito quente) e geram vapor. As usinas geotérmicas têm poços para captar esse vapor, que chega com uma pressão bem alta e aciona turbinas e geradores. Depois, esse vapor é transformado em água líquida de novo, que é resfriada e injetada novamente debaixo da terra para virar vapor e continuar o ciclo. Esses métodos não são utilizados no Brasil, mas existem locais com fontes de água quentinha que sai do interior da terra, como Caldas Novas (GO) e Poços de Caldas (MG). Se as usinas geotérmicas não existem por aqui, a produção de energia elétrica por biomassa está crescendo no país. Biomassa é todo resíduo de origem vegetal ou natural, como o bagaço de cana-de-açúcar, que é bastante utilizado no Brasil para produzir energia. Para que isso aconteça, o bagaço é queimado dentro de uma caldeira e gera uma grande quantidade de vapor. E você já deve imaginar o que vem a seguir: o vapor ativa uma turbina, que liga um gerador. Uma curiosidade é que a cana não é usada para gerar apenas energia – antes de virar bagaço, ela passa por processos diferentes para a produção de açúcar e álcool combustível. Essa é uma fonte bem importante de energia, já que reaproveita resíduos que antes eram descartados pelas indústrias. Existem diversas outras fontes de energia sendo estudadas e testadas: o movimento de veículos, bicicletas e pessoas, a respiração, o suor, nossos dejetos (urina e fezes), enguias, algas, ondas sonoras e muito mais. Isso sem contar com outras fontes mais conhecidas, como o vento e a luz solar. Algumas delas podem abastecer uma cidade inteira, enquanto outras são apenas experimentais, mas poderiam ser usadas para coisas simples, como carregar um celular. O que importa é buscar alternativas para que a produção de energia elétrica tenha cada vez menos impactos no meio...

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Hipóteses e ações para combater a violência escolar

Hipóteses e ações para combater a violência escolar

Durante a etapa Verificar, a professora Roseli Ferreira Gonçalves percebeu que seus alunos do 4º ano da EM Rotary, de Belém (PA), estavam com um pouco de dificuldade para entender o que são problemas, hipóteses e verificação. Além de explicar o que significa cada termo e contextualizá-los a partir das histórias do percurso, a professora sugeriu uma atividade prática. A turma tinha que destacar algum problema que acontece na escola e que gostaria de descobrir as causas. O mais votado e escolhido como tema para a investigação foi a violência entre os alunos no ambiente escolar. As crianças levantaram três hipóteses como causa desse problema: os xingamentos entre os alunos, as brigas que ocorrem em sala de aula e a violência familiar, que faz com que as crianças reproduzam isso na escola. Para verificar as hipóteses, os estudantes se revezaram para observar o comportamento dos colegas durante o recreio e em todas as salas de aula, além de observar suas próprias famílias em casa. Eles perceberam que há muitas acusações e brigas e provocações entre os alunos, mesmo dentro da sala de aula. A maioria também relatou que presenciou agressões, palavrões e ações de violência em casa. “Houve momentos impactantes, pois os alunos se emocionaram ao falar sobre o assunto”, diz Roseli. A turma sugeriu várias ações para tentar solucionar o problema. Em relação aos colegas, eles fizeram cartazes e visitaram todas as salas para contar o que observaram e conversar sobre o tema. “Eles falaram da importância de não brigar, não pegar material dos colegas sem pedir, ser educado, pedir licença ao passar, não empurrar os outros…”, comenta a professora. Para as famílias, a garotada sugeriu elaborar folders e conversar com os pais durante as reuniões sobre como a violência familiar influencia o comportamento e a aprendizagem das crianças na escola. “Conseguimos o apoio da direção, que mandou fazer mais de 280 cópias do folder”, relata Roseli. Eles foram distribuídos pela turma no horário de entrada dos alunos, quando muitos pais ficam um tempo a mais na escola para acompanhar a execução dos hinos do Brasil, do Pará e de Belém, que acontece toda segunda-feira. A coordenadora da escola explicou a ação aos pais e pediu para que eles lessem o folder com bastante atenção. Já as conversas com os pais sobre o assunto aconteceram em duas reuniões, uma com os pais dos alunos de Roseli e outra na reunião geral da escola. Tanto a professora quanto a coordenadora explicaram que as crianças reproduzem o que vivenciam no ambiente familiar e que, geralmente, elas são as maiores vítimas nos casos de violência familiar. Roseli mostrou desenhos e textos que os alunos fizeram para expressar o que sentiam sobre a violência em suas famílias, tomando o cuidado de não identificar os autores para não constranger ninguém. Ela conta que os pais reagiram bem às ações, demonstraram interesse e inclusive reconheceram as atitudes observadas pelas crianças em casa. As ações já começaram a causar mudanças na escola. “Os alunos mudaram sua postura, falam abertamente sobre o assunto e conversam com os colegas para não terem atitudes violentas”, comenta a professora sobre sua turma. Entre os outros estudantes, o resultado também foi positivo. “Percebi que com o trabalho que estamos desenvolvendo, melhorou muito a questão da violência. Antes, toda hora tinha...

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Invenções da ficção que viraram reais

Invenções da ficção que viraram reais

As obras de ficção científica mostram mundos que estão bem longe de existir, com tecnologias bastante avançadas e cenários futuristas ou espaciais. Mas o que parece impossível ou muito distante para nós pode virar realidade antes mesmo do que imaginamos. É que muitos equipamentos que aparecem em obras de ficção de décadas atrás acabaram sendo realmente inventados – o que mostra que as histórias de ficção podem ser uma boa fonte de inspiração para cientistas e inventores. Quem sabe se daqui a muitos anos conseguiremos viajar no tempo, visitar outros planetas ou nos teletransportar, assim como nessas histórias? Veja só alguns exemplos de invenções que saíram da ficção e vieram parar na vida real. Saiba como utilizar obras de ficção científica na sala de aula Viagem à Lua Nos livros “Da Terra à Lua” (1865) e “À Roda da Lua” (1869), Júlio Verne conta a saga de três aventureiros que fazem a primeira viagem à Lua. Eles viajam dentro de um projétil para três tripulantes lançado da Flórida (Estados Unidos) a partir de um canhão para a órbita lunar. Ao retornar para a Terra, o projétil aterrissa no oceano. A não ser pela parte do canhão, tudo isso aconteceu de verdade em 1968, quando os astronautas Frank Borman, James Lovell e William Anders orbitaram a Lua pela primeira vez no módulo de comando do foguete Saturn V. Tablet e celular Equipamentos parecidos com tablets – que ficaram populares no mundo todo depois do lançamento do iPad, em 2010 – apareceram na série “Jornada nas Estrelas” (1966-1969) e no filme “2001 – Uma odisseia no espaço” (1968). A série “Jornada nas Estrelas” também deu a inspiração para o norte-americano Martin Cooper criar o primeiro telefone celular, em 1973. O engenheiro contou em uma entrevista que teve a ideia para sua invenção ao assistir um episódio em que o Capitão Kirk usa um aparelho chamado comunicador, que funciona sem fio. Robô aspirador de pó Em muitas lojas de eletrodomésticos é possível encontrar um robô que se move sozinho pela casa para aspirar o pó. A família Jetson tinha um robô como esse para limpar o chão de sua casa no desenho “Os Jetsons”, lançado em 1962. Quem assistiu ao desenho com certeza se lembra também do robô Rosie, que fazia todos os serviços domésticos da casa. Ainda não existe um robô como ela, mas já foram criados modelos que fazem tarefas como varrer o chão, limpar superfícies e até recolher o cocô de bichos de estimação. Porta automática Sabe aquelas portas que abrem sozinhas quando a gente se aproxima delas? Elas foram inventadas pelos vidraceiros Dee Horton e Lee Hewitt em 1954, nos Estados Unidos. Mas 55 anos antes, em 1899, o escritor H.G. Wells descreveu uma porta automática no livro “When the sleeper wakes” (Quando o dorminhoco acorda). É a história de um homem que dorme por mais de 200 anos e acorda em 2100, em um mundo cheio de avanços tecnológicos. Só que a porta que aparece no enredo não é de vidro, e sim parecida com uma parede. Agora é a sua vez de escrever nos comentários: quais invenções que aparecem em filmes, séries, livros e desenhos você gostaria que se tornassem realidade? Veja mais exemplos: – Superinteressante – Zero Hora – TechTudo –...

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Um plano para atrair borboletas para a escola

Um plano para atrair borboletas para a escola

As crianças do 5º ano da EM Walter Carretero, de Sorocaba (SP), tiveram uma ideia diferente para a Feira de Ciências da escola: coletar insetos para mostrar aos pais. A professora Patrícia de Oliveira Cardoso levou a turma para observar a escola duas vezes em busca de insetos, e eles notaram que quase não havia borboletas. A hipótese dos alunos era de que não tinha flores na escola para atraí-las, apenas árvores. Eles iniciaram uma grande pesquisa para verificar essa hipótese, o que resultou em um lindo projeto da turma sobre as borboletas! Para ajudar na pesquisa, Patrícia entrou em contato com os professores de Ciências Biológicas André Lucci Freitas, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), e Carlo Magenta, da Universidade Metropolitana de Santos (Unimes). Ambos responderam diversas dúvidas dos alunos e enviaram materiais de consulta. A professora também convidou três biólogas da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) para fazer uma palestra sobre borboletas na escola – elas vão trazer um insetário da universidade para mostrar à garotada. A cada descoberta realizada, mais envolvida a turma fica. “Apresentei a eles o ‘Livro Vermelho das Crianças’, citado em uma matéria do site de TIM Faz Ciência, que fala de animais em extinção no Brasil. Os alunos ficaram impressionados ao saber que as borboletas também estão em extinção”, conta Patrícia. Só no Brasil, 57 espécies de borboletas e mariposas estão ameaçadas. Então a turma decidiu fazer o “Livro Rosa das Borboletas” – cada estudante escolheu uma espécie ameaçada para pesquisar, escrever uma descrição e fazer um desenho com tinta aquarela para compor o livro, que ficará na escola para que qualquer um possa ler. E não é só o livro que será deixado como um presente para a escola: as crianças construíram um jardim repleto de flores! Durante as pesquisas, elas viram que existem espécies específicas de flores que atraem borboletas e de plantas que atuam como hospedeiras, ou seja, servem de alimentos para as lagartas e de locais para a borboleta colocar seus ovos. Por isso, foram escolhidas as espécies zínia e lantana para compor o jardim. Patrícia conversou com os pais e alguns contribuíram com mudas, sementes e terra. Os alunos também fizeram um cofrinho da sala e juntaram moedas para ajudar na compra de sementes. Toda a turma ajudou no plantio, e a funcionária responsável pela limpeza se comprometeu a regar o jardim todos os dias. O próximo passo será visitar todas as salas para pedir que os colegas colaborem com a conservação do jardim, além de explicar o motivo pelo qual ele foi criado e mostrar o “Livro Rosa das Borboletas”. As pesquisas ainda continuam e, agora que as crianças estão na etapa Definir de TIM Faz Ciência, elas estão buscando o significado de palavras que não conhecem, como “néctar” e “polinizadoras”, para montar um dicionário. “Os alunos estão muito interessados na atividade, estou surpresa com a maturidade e seriedade com que estão levando o nosso projeto”, diz a professora. Patrícia percebeu ainda que os estudantes estão mais preocupados com questões ambientais. Quando ela deu a ideia de capturar uma lagarta ou uma crisálida (nome dado à lagarta quando está dentro do casulo) para que eles acompanhassem a metamorfose, a turma logo se opôs. “Eles estão tão apegados com as borboletas, que foram totalmente contra a minha proposta,...

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Um mapa gigante das estrelas da Via Láctea

Um mapa gigante das estrelas da Via Láctea

Nas últimas semanas, noticiários do mundo todo falaram sobre uma novidade que pode mudar a maneira como conhecemos a nossa galáxia, a Via Láctea. Os cientistas estão montando o maior e mais completo mapa da Via Láctea que já existiu, com aproximadamente um bilhão de estrelas. Além disso, milhares de planetas fora do nosso sistema e galáxias distantes podem ser descobertos com esse novo mapeamento. Para esta missão muito especial, a Agência Espacial Europeia (ESA) enviou o satélite Gaia para registrar imagens da galáxia. O mapa da Via Láctea é bem diferente dos mapas que você já viu: ele é em três dimensões (3D). Isso quer dizer que vamos poder ter uma ideia mais exata do tamanho das estrelas, de onde fica cada uma, da distância entre elas e de seus movimentos no céu. Além disso, os astrônomos conseguem medir também o brilho (e a mudança desse brilho ao longo do tempo), temperatura, composição e velocidade das estrelas. O objetivo é que, no futuro, a gente tenha uma noção mais precisa de como as estrelas estão distribuídas e como elas se movimentam, esclarecendo mais um pouco do grande mistério que ainda é o universo. O mapa completo só vai ficar pronto no fim da missão, que começou em julho de 2014 e tem previsão de durar cinco anos. Mas, recentemente, a equipe da ESA divulgou a primeira imagem (veja abaixo) feita a partir das informações que o satélite conseguiu durante um ano no espaço, deixando cientistas e amantes da ciência na maior empolgação para saber como será o resultado final. O mapa mostra nossa galáxia e as galáxias vizinhas. As áreas com mais estrelas são as mais claras, e as com menos estrelas, as mais escuras. Observe também o formato espiral da Via Láctea, que podemos ver na horizontal. Esta não é a primeira vez que um satélite é mandado para o espaço em missão para fazer um mapa da galáxia. Em 1989, a ESA lançou o satélite Hipparcos, inspirado no nome do astrônomo da Grécia Antiga que fez o primeiro estudo sobre as estrelas que conhecemos hoje. O satélite permaneceu em órbita até 1993 e suas descobertas mudaram a forma como os astrônomos enxergam as estrelas. Mesmo assim, o mapa feito naquela época é minúsculo se comparado ao que será feito agora – ele registrou mais de 1 milhão de estrelas, bem menos do que a quantidade prevista para o novo mapa. No final da missão, o satélite Gaia terá conseguido mais de 1 milhão de gigabytes de informações sobre as estrelas – o equivalente a 200 mil DVDs. Na missão, os cientistas também poderão fazer testes relacionados à Teoria da Relatividade, de Albert Einstein, e entender melhor não só a origem e a história da nossa galáxia, mas o universo como um todo. E tudo isso é só uma pontinha do que pode ser descoberto sobre a Via Láctea – as cerca de um bilhão de estrelas que serão mapeadas representam apenas 1% do total de estrelas da galáxia. Imagine só a quantidade de informações que teremos quando for possível registrar o restante! Saiba mais: – Superinteressante – ESA (em inglês) – National Geographic (em...

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Investigação para desvendar uma lenda da escola

Investigação para desvendar uma lenda da escola

Uma lenda conhecida na EM Brice Francisco Cordeiro, de Goiânia (GO), virou tema de investigação dos alunos do Ciclo I (1º ao 3º ano). Diziam que, antes de existir a escola, havia um cemitério no terreno – inclusive, tinha gente que acreditava que a escola era mal-assombrada! Como a professora Silvana Dias Figueiredo já estava adaptando algumas atividades do percurso Questionar para as crianças, ela resolveu convidá-los a solucionar esta questão: o que havia no terreno antes da escola ser construída? Os estudantes levantaram suas hipóteses por meio de textos, desenhos e histórias em quadrinhos. Alguns achavam que era mesmo um cemitério, enquanto outros supunham que era um campo de futebol, uma fazenda e até um covil de bruxos! Teve também quem disse que Brice Cordeiro era diretor da escola e foi enterrado nos fundos do terreno, onde há uma construção abandonada. Quando Silvana perguntou como tinham chegado a essas hipóteses, eles responderam que alguém havia contado a história, mas ninguém tinha certeza se era verdade ou não. “No material de TIM Faz Ciência, o professor José Sérgio diz que questionar é pedir para que as pessoas apresentem as razões que as levaram a acreditar em algo. E foi o que eu pedi para as crianças”, diz a professora. Para verificar se as hipóteses estavam certas, Silvana levou a turma para fazer um passeio pela escola e observar tudo que tivesse a ver com as hipóteses. A garotada ainda pesquisou a biografia de Brice e analisou documentos dele e da escola. Até que, ao conversar com a diretora sobre o projeto, a professora descobriu que a coordenadora do período noturno da escola, Ana Gláucia Cordeiro Cavalcante, era neta de Brice. Ana Gláucia foi convidada a contar a história de seu avô para as crianças e tirar todas as dúvidas sobre o mistério que envolvia a escola. Ela contou que Brice era motorista e nunca foi diretor da escola. Aliás, ele nem chegou a frequentar uma escola, era autodidata e aprendeu a ler e a escrever em casa. Mesmo assim, Brice era um grande defensor da educação e bastante envolvido com movimentos políticos que defendiam causas sociais. Por isso, a escola foi batizada em sua homenagem. E quanto à questão sobre o que havia no terreno antes da escola ser construída? Ana Gláucia disse que ela mesma se lembra de quando passava por lá e havia apenas uma área cheia de mato – e Brice não foi enterrado no local, e sim em um cemitério da cidade. Os alunos ficaram na maior empolgação ao resolver o mistério! “Era um tema que tinha um significado para os meninos e meninas, por isso se envolveram tanto”, explica Silvana. A professora ressalta que foi o trabalho de pesquisa e investigação que manteve a curiosidade das crianças durante todo o projeto. “Se eu desse a resposta pronta, não iriam se interessar. Eles perceberam que temos que pesquisar para saber os fatos.” Silvana gravou um vídeo sobre o projeto com a ajuda de colegas da escola, com fotos, depoimentos dos alunos e da professora e trechos da palestra de Ana Gláucia (confira abaixo). O projeto também foi apresentado no VI Simpósio de Educação e Tecnologia da Rede Municipal de Educação de Goiânia, no dia 20 de outubro. O evento foi organizado pela Secretaria Municipal de...

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Como era o Brasil há vários milhões de anos?

Como era o Brasil há vários milhões de anos?

Geleiras, desertos, vulcões. Nem parece que estamos falando do Brasil, mas o nosso país já teve paisagens bem diferentes do que vemos hoje. E, daqui a centenas de milhões de anos, as paisagens estarão totalmente transformadas também – não só no Brasil, mas em todo o mundo. Isso faz parte do movimento natural dos continentes pela superfície do Planeta Terra, que começou há 200 milhões de anos com a quebra do primeiro supercontinente, chamado Pangeia. A partir de então, os continentes foram se separando e mudando de posição no planeta. E é por isso que o Brasil, antigamente, não tinha nada a ver com o país que conhecemos hoje. Para entender isso, basta lembrar que cada região do mundo tem condições climáticas diferentes por causa de sua localização. Como as localizações de cada continente mudaram ao longo do tempo, o clima mudou também. Por exemplo, quando o continente onde se localizava o Brasil estava mais perto do Polo Sul, grande parte do que hoje é o Nordeste era coberta por geleiras. Os icebergs desse período deixaram marcas nas rochas e deram pistas para os pesquisadores descobrirem que já existiram geleiras por aqui. Além do Nordeste, há sinais de que tenham existido geleiras no Sudeste, no Sul e no Centro-Oeste, especialmente em São Paulo e no Paraná. Se em um período o país teve regiões cobertas por geleiras, milhões de anos depois foi o contrário: o Brasil era um grande deserto. Ele estava localizado bem no meio de um bloco gigante chamado Gondwana, que reunia o que hoje é a América do Sul, a África, a Oceania, a Antártida e alguns países do Sul da Ásia. Como a região onde o país ficava era cercada por terra, sem nenhum contato com o mar, as correntes de ar carregadas de umidade do oceano não chegavam até lá. É o que acontece hoje com a parte central da Ásia, que é desértica.     Parece difícil de acreditar que o país que tem a maior floresta tropical e uma das maiores redes fluviais (conjunto de rios) do mundo teve climas tão extremos, não é mesmo? Mas as transformações não pararam por aí! Até vulcões já estiveram em atividade no Brasil, provocando mudanças que podem ser vistas ainda hoje no relevo. As cidades de Araxá, Tapira e Poços de Caldas, em Minas Gerais, estão dentro de crateras formadas pelo vulcanismo. As erupções vulcânicas foram responsáveis pela formação de grandes reservas minerais nessa região. Como dissemos no início da matéria, essas transformações estão relacionadas à movimentação dos continentes, que continua a acontecer. A gente não percebe porque é um processo muito lento, que leva milhões e milhões de anos. Isso nos faz pensar: como será o mapa do mundo no futuro distante? Não sabemos, mas podemos imaginar. Este vídeo do geólogo norte-americano Christopher Scotese, da Universidade Northwestern, mostra a previsão de muitos cientistas sobre o futuro dos continentes em 250 milhões de anos: se juntar novamente em um supercontinente. Veja só!     Saiba mais: – Agência Fapesp – Revista Pesquisa Fapesp – BBC (em...

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TFC para alunos da Educação de Jovens e Adultos

TFC para alunos da Educação de Jovens e Adultos

A professora Luana Leamari, de São Bernardo do Campo (SP), está aplicando desafios do material didático de TIM Faz Ciência com alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA) da EMEB Marcos Rogério da Rosa. Os alunos não têm o Caderno do Estudante, mas isso não impede a realização dos percursos. Luana faz uma adaptação das atividades de cada etapa que considera mais apropriadas para jovens e adultos e também tira cópias dos desafios do Caderno que a turma vai realizar na íntegra. Um deles foi o Desafio Nível 1 de Observar, em que os estudantes completaram os jogos 1 (Encontre as diferenças) e 2 (Quem é par de quem?). “Pensei até que iriam achar bobos, por serem para crianças, mas eles adoraram os jogos”, conta a professora. Os desafios realizados são inseridos nos cadernos ou nos portfólios de atividades de cada aluno. Luana explica que sua atuação como professora da EJA é mais como mediadora. “Planejo as aulas, mas não sei onde vão me levar”, comenta. Isso ficou bastante evidente em Verificar. A professora leu a história “O estranho caso das mulheres de Viena” até a metade, para que os estudantes levantassem hipóteses sobre a solução do caso. Eles se envolveram tanto com a história, que começaram a relacioná-la com várias situações que acontecem no dia a dia. “Previ meia hora para o debate, mas a história levou para muitos assuntos da vivência deles: saúde pública, como funciona o sistema de saúde no Brasil…” Os alunos também lembraram de notícias recentes e boatos nas redes sociais e perceberam a necessidade de verificar os fatos antes de tirar conclusões. A observação do intervalo trouxe uma grande conquista para a turma. A escola oferecia cinco opções de jogos: damas, xadrez, dominó, pingue-pongue e pebolim. Entretanto, os alunos sentiram falta de ter atividades físicas, já que o 2º segmento da EJA (que equivale às séries do 6º ao 9º ano) não tinha aulas de educação física. A sugestão foi de organizar um campeonato de futebol. “Quando levei a sugestão para a reunião, outros professores disseram que seus alunos também comentaram sobre essa questão”, diz Luana. A partir de então, os estudantes do 2º segmento passaram a ter aulas de educação física toda sexta-feira. Já o campeonato de futebol é organizado pelos próprios alunos e acompanhado também pelo professor de educação física. Alguns alunos de Luana deram seus depoimentos sobre as atividades de TFC. “As atividades feitas me ajudam a conhecer, aprender mais sobre ciência. É muito bacana por ser uma aula diferente, sempre me surpreendo”, disse Leonardo Gonçalves da Silva. Sua colega Valdirene Pina de Araújo destacou o diálogo entre os alunos como uma parte essencial dos desafios. E Evaldo Guedes de Souza ressaltou a importância de que a escolha da sugestão do campeonato de futebol tenha sido democrática. “Todos têm o direito de opinar e argumentar.” Para Luana, os desafios de TFC ajudam a resgatar especialmente os hábitos de questionar e observar entre os adultos, que muitas vezes se perdem conforme eles deixam de ser crianças. Ela notou que seus alunos estão buscando mais materiais para leitura e fontes de pesquisa. “Também desmistifica a imagem do cientista, porque eles pensam que é a do cientista maluco ou daquela pessoa que só fica presa no laboratório. Mas depois percebem que todos...

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