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Dos oceanos à terra: a origem dos furacões

Dos oceanos à terra: a origem dos furacões

Ultimamente, você deve ter visto diversas notícias sobre os furacões que atingiram países do Caribe e o sudeste dos Estados Unidos e causaram inundações, destruíram casas e mataram centenas de pessoas. Nós, brasileiros, temos muita sorte: nosso país raramente é atingido por furacões. Mas você sabe o que são furacões e como eles se formam? Furacões são uma subdivisão de um fenômeno chamado ciclone tropical. Os ciclones tropicais formados no Oceano Atlântico ou na parte oriental do Pacífico são chamados de furacões. Já os formados na parte ocidental do Oceano Pacífico, podendo atingir o sul da Ásia, são chamados de tufões. Ambos se formam nos oceanos e não devem ser confundidos com os tornados, que se formam em terra seca e são mais comuns no Brasil. Os ciclones tropicais são tempestades com ventos circulares e muito fortes, que podem ultrapassar os 250 km/h − velocidade semelhante à de alguns trens-bala. As tempestades que se formam no hemisfério sul giram no sentido horário. Já no hemisfério norte, giram no sentido anti-horário. O motivo dessa diferença é a rotação da Terra em torno de seu eixo e o chamado efeito Coriolis, que inclina os ventos em direções opostas em cada um dos hemisférios. Conforme os ventos vão ficando mais fortes, forma-se um buraco conhecido como “olho”. O elemento necessário para que os furacões se formem é ar quente e úmido. É por isso que eles costumam começar em partes do oceano com temperatura de 26°C ou mais. Outro ingrediente são ventos que não mudam muito de velocidade ou direção quando sobem (se isso acontecer, a tempestade pode se dispersar). Os furacões são divididos em cinco categorias, de acordo com a velocidade dos ventos. As categorias 1 e 2 não causam muitos danos, mas os furacões de categorias 3 a 5 podem causar grandes estragos − como foi o caso do furacão Matthew, que, em outubro deste ano, deixou centenas de mortos e feridos e afetou Cuba, República Dominicana, Bahamas, parte dos Estados Unidos e principalmente o Haiti, onde causou destruição em várias cidades. Por falar em furacão Matthew, por que ele ganhou esse nome? Quando as tempestades nos oceanos se transformam em furacões, ganham nomes para que seja mais fácil acompanhá-los e falar sobre eles. Outro motivo é que pode existir mais de um furacão em andamento ou em formação. Todos os anos, os furacões que atingem o hemisfério norte são nomeados em ordem alfabética, ou seja, o primeiro furacão registrado no ano terá um nome que começa com A, o segundo, com B, e assim por diante. Existem seis listas de nomes que são reutilizadas. Se um furacão causa muitos danos, o nome é removido da lista e substituído por outro que comece com a mesma letra. Você pode ver a lista de nomes no site do Centro Nacional de Furacões, dos Estados Unidos (em inglês). Não existiam nomes de furacões para o hemisfério sul porque não havia registro desse fenômeno por aqui até março de 2004, quando um furacão atingiu algumas cidades do litoral do estado de Santa Catarina. Na falta de um nome, os meteorologistas brasileiros batizaram o furacão de Catarina. Como o fenômeno é raro no país e não era esperado, as estações meteorológicas e a população não estavam preparadas e o furacão causou grandes estragos. Esse...

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Alimentação e ciência em foco na SNCT 2016

Alimentação e ciência em foco na SNCT 2016

Entre 17 e 23 de outubro, instituições de todo o país realizarão atividades de divulgação científica sobre o tema “Ciência alimentando o Brasil”. É a 13ª edição da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT), coordenada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC). O tema deste ano foi escolhido devido à decisão da Assembleia Geral das Nações Unidas de que 2016 é o Ano Internacional das Leguminosas. Diversos assuntos podem ser explorados a partir desse tema: alimentação saudável, segurança alimentar, desperdício de alimentos, reações químicas e processos físicos que acontecem no preparo dos alimentos, agricultura e agronegócio e, é claro, o papel da ciência e da tecnologia nisso tudo. Você já realizou algum projeto sobre esses assuntos com sua turma? Que tal aproveitar a SNCT para preparar uma atividade especial? Veja, a seguir, exemplos de atividades realizadas por três professoras que uniram TIM Faz Ciência a assuntos que serão abordados na SNCT. A professora Márcia Kopczynski de Freitas Filha pediu que o 5º ano da EMEF Leocádia Felizardo Prestes, de Porto Alegre (RS), trouxesse embalagens de alimentos que tivessem em casa. Primeiro, ela explicou como são estruturadas as informações nos rótulos. Uma coisa que chamou a atenção das crianças foi o fato de que os ingredientes são listados na ordem dos que estão em maior quantidade para os que estão em menor. A turma observou as informações das embalagens que trouxeram, como salgadinho, batata-palha, bala, entre outros. A partir daí, surgiram vários questionamentos e descobertas. A meninada ficou surpresa em saber que o açúcar é listado como o primeiro ingrediente no achocolatado em pó, que entre os ingredientes da bala está a glicerina e que as letras dos rótulos são tão pequenas e difíceis de ler. O próximo passo foi pesquisar na sala de informática a definição das palavras que eles não conheciam, e a turma viu que muitos nomes complicados são de ingredientes nada saudáveis. “Descobrimos que é preciso prestar muita atenção ao rótulo, pois muito do que está na frente da embalagem não mostra o que realmente tem dentro daquele alimento”, diz Márcia. Em Goiânia (GO), a garotada do Ciclo II (4º, 5º e 6º anos) da EM Paulo Teixeira de Mendonça está usando as operações intelectuais como metodologia de pesquisa da horta experimental sustentável Cora Coralina. “Nesse espaço observamos, criamos hipóteses, verificamos sua veracidade e apreendemos conceitos”, explica a professora Viviane Arantes de Andrade. A escolha dos alimentos a serem plantados aconteceu depois de pesquisas sobre a escritora goiana Cora Coralina e os ingredientes da região que ela utilizava em suas receitas de doces, como milho, cenoura e mandioca. Todas as ações realizadas na horta são pesquisadas previamente pelos alunos. Eles verificaram se o tipo de solo era adequado para o plantio, fizeram uma pequena composteira em sala como teste antes de montar uma para a horta, classificaram as hortaliças e pensaram em maneiras de deixar a horta o mais natural possível. Uma das alternativas foi fazer defensivos caseiros, todos comprovados na prática. Eles usam ingredientes como água, borra de café e sabão de coco. Os alimentos da horta são utilizados para consumo na escola. O tema da pesquisa do 5º ano da EMEF Professora Araci Duarte, de Massaranduba (SC), foi o refrigerante. Os alunos da professora Alires Jakobowski pesquisaram a origem da bebida...

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Sabia que existem árvores bastante perigosas?

Sabia que existem árvores bastante perigosas?

Nas aulas de TIM Faz Ciência, muitos professores convidam seus alunos para observar a natureza ou classificar espécies. Na EMEB Mariana Neves Interliche, de São Bernardo do Campo (SP), as crianças encontraram uma paineira sem folhas nem flores e começaram a regá-la diariamente, até que ela recuperou a folhagem. E tem também a história da EB Maria Tomázia Coelho, de Florianópolis (SC), em que o trabalho de identificação de espécies da vegetação local feito pelos alunos contribuiu para a criação de uma área de preservação. Nessas turmas, as árvores e plantas proporcionaram momentos inesquecíveis. Mas você sabia que algumas delas podem ser muito perigosas? Na Grécia Antiga, o filósofo Sócrates foi condenado à morte por envenenamento. Para sua execução, foi usado um veneno extraído de uma árvore chamada cicuta (Conium maculatum). Essa árvore pode atingir três metros de altura e todas as suas partes são extremamente venenosas, principalmente as sementes. A árvore cicuta (do gênero Conium) não deve ser confundida com as árvores do gênero Cicuta, que também são muito venenosas: um pedaço da raiz do tamanho de uma ervilha é suficiente para matar uma pessoa. Quando a gente encontra uma árvore com frutos que parecem doces e apetitosos, a primeira coisa que vem à mente é a vontade de experimentar. Mas nem sempre é uma boa ideia. Muitos já se arrependeram de comer o fruto da mancenilheira (Hippomane mancinella), uma árvore encontrada principalmente nas praias da América Central. Seus frutos são parecidos com pequenas maçãs verdes, porém, são muito venenosos − assim como a casca, os galhos e as folhas, que soltam um líquido extremamente tóxico. Quem já teve contato com essa seiva conta que a sensação é como se a pele estivesse queimando. E se a pessoa que tocou a seiva levar as mãos aos olhos, pode ter uma séria conjuntivite ou até mesmo ficar cega. É quase impossível saber, só de olhar, quando uma planta é venenosa. O teixo (Taxus baccata), por exemplo, tem pequenas frutas vermelhas e suculentas com abertura na ponta. Podem parecer deliciosas, mas não se engane: este é considerado o arbusto mais venenoso da Europa. Os efeitos da intoxicação no corpo humano são rápidos e é raro alguém sobreviver depois disso. Talvez você nunca tenha visto as árvores anteriores, mas é bem provável que conheça a mamona (Ricinus communis). Este arbusto tem origem africana e está presente em vários lugares do mundo, inclusive no Brasil. As frutas são bolinhas verdes ou vermelhas cobertas por pequenos espinhos. O óleo retirado da mamona tem várias utilidades, como produção de combustíveis e uso medicinal. Apesar de suas vantagens, as sementes da mamona são altamente tóxicas para os seres humanos. Bastam duas a quatro sementes para matar um adulto! Outro exemplo brasileiro é a Brugmansia suaveolens, mais conhecida como trombeteira. Ela tem esse nome porque suas flores têm um formato parecido com a trombeta. É um arbusto da América do Sul, muito comum no Brasil. Os cientistas já descobriram vários usos dessa planta para a medicina. No entanto, ela é perigosa e pode causar alucinações e intoxicação e afetar o funcionamento do cérebro. Viu como as árvores nem sempre são o que parecem? Por isso, nunca experimente uma fruta de uma árvore que você não conhece! Este slideshow necessita de...

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Das cartas ao corpo ao resgate da autoestima

Das cartas ao corpo ao resgate da autoestima

O desafio de escrever uma carta ao próprio corpo, em Classificar, deixou a professora Luciene Lemes Alves preocupada. Ao ler as cartinhas escritas pelos alunos dos 4º e 5º anos da EMEF Professora Suzana Moraes Balen, de Foz do Iguaçu (PR), Luciene percebeu que muitos tinham opiniões bastante negativas sobre si mesmos. Alguns disseram que não gostavam do seu corpo porque estavam acima do peso ou por causa de sua cor, entre outros aspectos. Diante desse desafio, Luciene buscou a ajuda de mais três profissionais da escola para iniciar um projeto que contribuísse para resgatar a autoestima e a autovalorização das crianças. Uma parte da questão vem dos próprios comentários que os alunos fazem entre si. “Até eles escreverem essas cartas, eu não tinha percebido que esse problema era tão profundo”, diz a professora. Também havia crianças que não se achavam bonitas por não serem como as pessoas que aparecem nos anúncios publicitários. A primeira atividade que Luciene organizou foi justamente para mostrar que a noção de beleza que a maioria das propagandas transmite não é a real. Ela levou para a sala anúncios que ressaltavam a diversidade das pessoas e mostravam que cada um tem sua beleza. Os alunos gostaram tanto, que compartilharam outras propagandas que encontraram no grupo da turma no Facebook. Com o auxílio da psicóloga da escola, Luciene chamou os pais para conversar individualmente sobre o projeto. “Os pais apoiaram e também ficaram preocupados, porque não sabiam disso”, conta. Depois, os familiares se juntaram para participar de uma dinâmica, parecida com a primeira dinâmica feita com os alunos: eles se olharam em frente a um espelho e disseram tudo o que viam e achavam de seu corpo; em seguida, cada estudante escreveu um elogio para um colega (no caso dos pais, era para os filhos) e leu em voz alta para ele. “Escrever foi fácil, mas ler foi difícil. Eles não têm o hábito de elogiar e falar coisas boas uns para os outros”, comenta Luciene. As duas atividades foram intercaladas com muita conversa. Esse é só o começo, já que ainda haverá mais dinâmicas com as crianças – as próximas contarão com a participação da assistente social da escola. A nutricionista também vai conversar com a garotada sobre alimentação saudável e dieta balanceada, uma preocupação que alguns alunos compartilharam em suas cartas. E a psicóloga se colocou à disposição para atender os pais sempre que precisarem. Luciene já percebeu que, após as primeiras atividades, os estudantes estão se soltando mais e parecem mais leves e felizes. “Havia crianças mais isoladas que agora estão procurando entrar nos grupos, interagir mais”, afirma. Veja algumas das cartas escritas pelos alunos nesta etapa. As turmas completaram todos os desafios de Classificar. Além disso, fizeram exercícios de classificação com embalagens recicláveis, blocos lógicos, tampinhas, plantas, animais, palavras e textos. No vídeo abaixo, os estudantes explicam os critérios objetivos e subjetivos utilizados para classificar embalagens de leite e blocos lógicos. Confira o relato completo da professora sobre o percurso na seção “Fale, professor(a)!”.   Luciene também enviou relatos dos alunos sobre as dinâmicas. Veja alguns deles: “A psicóloga e a assistente social fizeram com que nós enxergássemos nosso corpo de um jeito mais alegre e feliz. Elas trouxeram uma caixa e disseram que dentro dessa caixa havia uma coisa muito valiosa....

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Os fascinantes, explosivos e temidos vulcões

Os fascinantes, explosivos e temidos vulcões

Você já viu imagens de vulcões em atividade? Sabe o que são e como eles se formam? Um vulcão é uma abertura na superfície do solo de um planeta ou satélite natural por onde sai material mais quente, que vem do interior. Esse fenômeno é chamado de erupção. O material quente pode escorrer lentamente ou de forma explosiva, alcançando longas distâncias. Aqui na Terra, vulcões já foram responsáveis pela destruição de cidades, extinção de espécies e por mudanças no clima do planeta − afinal, nem sempre é possível prever as erupções. Mas você sabia que os vulcões são importantes para a formação de rochas e de solos ricos em nutrientes? Os vulcões podem ser ativos, dormentes ou extintos. Os ativos são aqueles que tiveram erupções recentes ou que têm previsão de novas erupções no futuro próximo. Os dormentes não têm mais erupções, mas existe a possibilidade de isso acontecer no futuro. Os extintos não têm mais erupções e é pouco provável que voltem a ter. Aliás, por que ocorrem as erupções vulcânicas? Quando as placas tectônicas (blocos que formam a superfície da Terra) se afastam, o magma (massa pastosa e quente que fica no interior do planeta) sobe para preencher o espaço entre elas. Quando as placas se aproximam, uma delas pode ser forçada para baixo, onde o calor faz com que parte desse material derreta e suba como magma. Além disso, o magma também pode subir ao ser aquecido em algumas áreas do interior da Terra que têm temperaturas mais altas. Na erupção, o magma que sobe passa a ser chamado de lava. Tanto o magma quanto a lava podem formar rochas quando se solidificam. Você já observou aquelas pedras escuras em calçadas? Esta é uma rocha formada a partir de lava solidificada: o basalto. Um exemplo de rocha formada a partir do magma, a grandes profundidades, é o granito, que você pode ver em alguns tipos de pisos. As áreas vulcânicas geralmente são montanhosas devido às várias camadas de rochas e cinzas acumuladas ao longo do tempo pelas erupções. Nos vulcões existentes na Terra, o material expelido pode ser lava, cinzas e/ou gás. Outros planetas e satélites também possuem vulcões e podem ter diferentes tipos de erupção. Alguns satélites naturais do Sistema Solar possuem criovulcões. Eles são semelhantes aos vulcões da Terra, mas, em vez de lava, expelem água e gases. E no Brasil? Pode se tranquilizar: o Brasil não tem vulcões ativos. Mas já teve no passado, e muitos! Cientistas descobriram que a região que hoje corresponde ao Sul e ao Sudeste teve uma série de erupções há cerca de 140 milhões de anos. Inclusive, três das maiores erupções do planeta nesse período foram no Brasil. Minas Gerais e os estados vizinhos tiveram vários vulcões há cerca de 100 milhões de anos. Com o tempo e a erosão, esses vulcões perderam suas formas originais, mas deixaram marcas nas paisagens que vemos hoje. A lava que se acumulou no Sul contribuiu para formar a Serra Geral, que inclui os estados do Paraná, Santa Catarina e o norte do Rio Grande do Sul. As cidades de Araxá, Tapira e Poços de Caldas, todas em Minas Gerais, estão em crateras formadas por vulcões. A atividade dos vulcões formou também o aquífero Guarani, uma das maiores reservas subterrâneas de água doce...

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Conexões que ligam Observar e Verificar

Conexões que ligam Observar e Verificar

Você já parou para pensar que as operações Observar e Verificar são muito conectadas? Na verdade, todas as operações intelectuais podem ser colocadas em prática juntas durante uma mesma atividade. Mas a ligação entre Observar e Verificar é tão nítida, que muita gente acaba até confundindo as duas. Conversamos com a professora Lilian Faversani, uma das responsáveis pela elaboração do material didático de TIM Faz Ciência, para entender melhor como essas operações caminham lado a lado. O ato de observar está totalmente relacionado às percepções sensoriais que nós temos, ou seja, os cinco sentidos: visão, audição, paladar, tato e olfato. Não é à toa que eles são tão explorados nos jogos do Desafio Nível 1 do percurso. Porém, na observação, o uso desses sentidos é guiado a partir de uma hipótese ou de uma concepção. E é aí que entra a verificação. “Quando temos uma hipótese, e é ela que dirige nossa observação, estamos também realizando uma verificação, uma vez que esta é a operação em que buscamos validar ou confirmar – ou não – certas hipóteses, conhecimentos, proposições”, explica Lilian. Verificar faz parte de Observar, mas não depende só da observação. Além de explorar os sentidos para confirmar uma hipótese, podemos também utilizar outros métodos. Por exemplo, quando consultamos um dicionário para checar como se escreve uma palavra, pesquisamos em livros ou na internet para encontrar a resposta de uma dúvida, conferimos a previsão do tempo para confirmar se fará frio ou calor no dia seguinte… Verificar, no final das contas, é uma forma de comprovar ou colocar em teste uma informação ou convicção. No ano passado, as crianças dos 4º e 5º anos da EMEF Professora Araci Duarte, de Massaranduba (SC), observaram diversos lugares na cidade e em casa para verificar se ainda havia sapos na região. Já os alunos do 5º ano da EMEF José Ferreira da Costa, de Aquiraz (CE), escolheram uma maneira simples e eficaz de verificar por que um colega estava faltando tanto às aulas: perguntar ao próprio aluno. Em 2014, o 4º ano da EMEIEF Armando Rosário Castelo, de Londrina (PR), se inspirou nas histórias do percurso Verificar para desvendar um mistério: onde foi parar o ninho de passarinho que ficava na janela da sala? Para isso, eles levantaram várias hipóteses e consultaram professores e funcionários da escola, além de checar se não tinha caído da janela. Lilian acrescenta que o resultado final de uma verificação não depende só do uso dos sentidos, o que torna essa operação mais abrangente. “As fontes são outras informações e conhecimentos já elaborados por mais alguém, o que permite uma interlocução, uma conversa entre seres humanos. É precisamente por isso que Verificar é presente em Observar, porque, sem ela, cada observação seria apenas o que é mesmo: uma percepção individual, singular e de impossível comunicação”,...

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Em órbita: veja curiosidades sobre os satélites

Em órbita: veja curiosidades sobre os satélites

Você sabe o que são satélites? Já parou para pensar em como eles conseguem se manter girando ao redor da Terra sem cair? E o que eles estão fazendo lá em cima? Um satélite é um corpo que orbita outro maior, geralmente um planeta ou uma estrela, e pode ser natural ou artificial. A Terra tem um único satélite natural (a Lua) e milhares de satélites artificiais − máquinas que são lançadas no espaço por meio de foguetes. O primeiro satélite a ser lançado foi o Sputnik 1, em 1957, pela então União Soviética. Depois disso, muitos outros países construíram seus satélites com diversos objetivos, e os lançamentos continuam até hoje.       Mas para que servem os satélites? Os satélites conseguem captar imagens de grandes áreas e obter informações mais rapidamente que instrumentos no solo. Alguns deles ajudam meteorologistas a prever mudanças no tempo e no clima, além de fenômenos naturais como furacões. Eles também podem captar imagens de outros planetas e auxiliar os astrônomos em suas pesquisas. Outra função é transmitir sinal de televisão e de telefone. O Sistema de Posicionamento Global (que conhecemos como GPS), que permite que as pessoas se localizem e encontrem endereços, só é possível com o auxílio de mais de 20 satélites em órbita. Outra função dos satélites é fazer fotos da Terra. Esta foto da África é um mosaico montado com quase 7 mil imagens captadas pelo satélite Sentinel-2A da Agência Espacial Europeia (ESA) entre dezembro de 2015 e abril de 2016. Obter uma imagem de um território tão grande sem nuvens demora meses − é que o satélite tem de tirar milhares de imagens e sobrepô-las até conseguir o resultado.     Como é um satélite? O que todos os satélites têm em comum é uma antena e uma fonte de energia, que pode ser solar ou à bateria. A antena envia e recebe informações. Alguns satélites podem conter sensores e câmeras apontadas para a Terra ou para o espaço. Os satélites podem cair? Sim, mas os riscos são pequenos. Os satélites orbitam em diferentes alturas, velocidades e caminhos. Eles conseguem permanecer em órbita porque sua velocidade está em equilíbrio com a força da gravidade. Quando isso deixa de acontecer – quando o satélite perde velocidade por algum motivo − o satélite pode cair na Terra ou continuar em linha reta e ir para o espaço. No entanto, é mais provável que o satélite se desintegre antes de chegar ao solo. Os satélites podem bater uns nos outros? Sim, mas isso é muito raro. Quando os satélites são lançados, são colocados em rotas específicas para não interferirem nas rotas de outros. No entanto, acidentes podem acontecer. Em fevereiro de 2009, dois satélites de comunicação colidiram. Os astrônomos acreditam que tenha sido a primeira vez que isso aconteceu com satélites artificiais. Qual o tamanho de um satélite? O Sputnik tinha o tamanho de uma bola de basquete e pesava mais de 80 kg. Atualmente, é possível fabricar satélites de vários tamanhos e formatos. É comum empresas ou universidades criarem “CubeSats”, pequenos satélites em formato de cubo. Um desses satélites foi construído e lançado por crianças da escola São Thomas More, em Arlington, nos Estados Unidos. A construção demorou três anos e foi supervisionada por um engenheiro da NASA, a agência...

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Gírias de Outeiro registradas em um dicionário

Gírias de Outeiro registradas em um dicionário

A Escola Bosque Professor Eidorfe Moreira fica em um lugar diferente: no meio de uma floresta na Ilha de Carateteua (mais conhecida como Outeiro), em Belém (PA). Mesmo fazendo parte da capital paraense, Outeiro tem gírias próprias e bem curiosas! Foi o que a professora Daniele Monteles, que não mora na ilha, acabou descobrindo junto com seus alunos do 5º ano durante o Desafio Nível 3 de “Definir”. Antes de falar sobre as gírias, Daniele levou a garotada à biblioteca da escola para conhecer a estrutura e a organização de um dicionário. Além do dicionário tradicional de língua portuguesa, ela apresentou o Dicionário Papachibé, com expressões usadas no Pará, e um dicionário ilustrado online do idioma tupi-guarani. “Eles acharam bem divertido, porque viram que não existe só um dicionário padronizado”, conta. A turma descobriu novas palavras, pesquisou as respostas do Desafio Nível 2 – Parte 3 e conversou sobre a formação das palavras e as linguagens formal e informal. O momento seguinte foi de fazer um levantamento das gírias que as crianças usam no dia a dia ou que costumam ouvir em sua vizinhança. Foi então que a professora se surpreendeu com a quantidade de expressões diferentes usadas em Outeiro e que ela não conhecia. Algumas delas estavam relacionadas ao contexto de vida das crianças na periferia. “Mergulhar no mundo daquelas palavras foi além do que eu mesma esperava. Precisei de fôlego para imergir em uma realidade diferente do que a inocência das minhas crianças transparecia. Junto com as palavras, vieram as histórias e experiências de vida que a própria atividade solicitava ao pedir exemplos de uso”, diz Daniele. A professora propôs que a turma criasse um dicionário de gírias de Outeiro, que incluiu expressões como “chibiroso”, que é uma pessoa desastrada ou desajeitada (“meio maluquinha”, como explica Daniele); e “muafo”, o mesmo que preguiça. Os alunos também incluíram gírias paraenses que costumam usar no dia a dia, como “de rocha”, usada para confirmar alguma pergunta. “Foi uma conquista, eles se sentiram escritores. Foi bem importante no sentido de fazer parte desse processo de registro das palavras”, afirma. “Eu tive a oportunidade de entender mais como eles se comunicam e eles se sentiram valorizados, produzindo conhecimento.” Veja o dicionário completo no álbum abaixo (acesse o Flickr para aumentar a visualização das páginas). Observação do recreio No ano passado, a turma tinha completado a operação “Observar”, mas ainda não conseguiu colocar o plano de ação em prática. É que a ideia foi organizar jogos coletivos para os alunos interagirem mais, começando pela queimada. “O intervalo é um momento incrível, porque os alunos têm um bosque para explorar. Mas cada um corre para um lado”, explica Daniele. Quando a turma conseguiu agendar os jogos no campo de areia, onde os estudantes fazem as atividades físicas, começou o período de chuvas na região, o que dificulta a caminhada pela trilha que leva até lá. Agora a professora e as crianças estão decidindo se vão retomar essa atividade ou qual será a próxima etapa a ser realizada. “Percebo que os alunos ganharam um olhar diferente para o conhecimento. Eles perderam a ideia do ensino tradicional e passaram a querer vivenciar o que aprendem, ficaram mais críticos e ativos”,...

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Vento, energia, movimento e o poder das ondas

Vento, energia, movimento e o poder das ondas

Quem frequenta a praia já deve ter percebido que o vento tem bastante influência sobre as ondas no mar. E você já se perguntou por que isso acontece? O vento é um dos principais responsáveis pela formação das ondas. A energia provocada pelo vento entra em contato com a água e faz com que as partículas se movimentem em um formato circular. Esse movimento causa pequenas ondulações – mas se o vento for constante, as ondulações vão ficando cada vez maiores e formam ondas como as que vemos na praia. Só que ao contrário do que muitos pensam, não é a água que é transportada pelas ondas, e sim a energia. A energia apenas faz a água se movimentar por meio das ondas, mas não leva água de um lugar a outro. Ela continua se propagando pelo mar até se dissipar por causa de algum obstáculo ou porque chegou em lugares mais rasos, como as praias. É que não é apenas a superfície da água que se movimenta, mas também uma coluna de água abaixo da onda. Quando a onda vai chegando mais perto do solo, essa coluna fica mais devagar e comprimida, enquanto a parte acima da superfície ainda está fazendo movimentos rápidos e altos. Essa instabilidade faz a onda quebrar − tanto de repente, formando os tubos tão queridos pelos surfistas, quanto aos pouquinhos. A distância que a energia percorre é tão grande, que algumas ondas que vemos na praia podem ter sido originadas por ventos lá no meio do oceano. Quando o vento se mistura com tempestades, furacões e outros fenômenos meteorológicos, o movimento das ondas vai se tornando cada vez mais intenso e pode gerar ondas gigantes. Ainda tem outros fatores que intensificam as ondas, como na cidade de Nazaré, em Portugal. É lá que fica o Canhão da Nazaré, um cânion submarino que deixa a passagem da água até a praia mais estreita. Uma grande quantidade de água entrando em um espaço tão pequeno gera mais força e pressão, o que causa ondas que já passaram dos 30 metros! Alguns surfistas bem experientes já se arriscaram nesse lugar tão perigoso. Veja como são as ondas de Nazaré no vídeo abaixo.     A força das marés ou perturbações no fundo do oceano também podem provocar ondas. O segundo caso, que envolve terremotos, atividades vulcânicas, deslizamentos e outros eventos, pode provocar os temidos tsunamis. Esse fenômeno eleva tanto o nível da água, que o mar chega a avançar por mais de 300 metros na terra e destruir cidades, como aconteceu em 2004 na Indonésia e em outros países da Ásia. Esse é um exemplo bem triste do que o poder das ondas pode causar. Mas também há exemplos muito positivos: você sabia que o movimento das ondas pode ser utilizado para gerar energia elétrica? Esse é um assunto para uma outra matéria – fique...

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Meninos podem sim brincar junto com as meninas!

Meninos podem sim brincar junto com as meninas!

Existem situações bem comuns encontradas durante a observação do recreio, como lixo no chão, desperdício de alimentos, brigas, correria… Na EM Professor Herley Mehl, de Curitiba (PR), as crianças do 4º ano até perceberam algumas dessas questões, mas um problema em específico chamou a atenção da garotada. Em certas brincadeiras, os meninos não deixavam as meninas brincarem junto, e vice-versa. O motivo era que, na visão das crianças, existiam brincadeiras só para garotos e brincadeiras só para garotas. “Eles já sabiam que isso acontecia, mas nunca tinham questionado antes. Apenas aceitavam”, explica a professora de ciências, Andréia Cristina Kucek. A discussão na turma foi intensa. “Tomei o cuidado de ver a que conclusão iriam chegar, sem interferir nas ideias deles”, disse Andréia. Os alunos usaram exemplos que veem na família e na comunidade para mostrar que meninos e meninas podem sim brincar juntos. Se as mulheres dirigem, por que garotas não podem brincar de carrinho? E homens também cuidam da casa e dos filhos, então não tem problema se garotos brincarem de casinha. “Para minha surpresa, a discussão sobre o que mais afetava o recreio acabou numa discussão sobre feminismo, machismo, direitos iguais… Foi incrível”, relata a professora. A escola já tem um espaço destinado a brinquedos e brincadeiras durante o recreio. O objetivo do plano de ação das crianças era ajudar a garantir que todo mundo pudesse brincar junto, sem ser discriminado pelo gênero. Eles montaram um roteiro coletivamente para orientar o que fazer quando presenciassem casos desse tipo no recreio. Todos deram ideias e dicas de abordagens e falas, incluindo a professora. O plano ficou assim: a cada dia, um grupo observava o recreio e ficava responsável por fazer uma intervenção quando houvesse esse problema. A abordagem também era feita em grupo e de forma pacífica – se a criança não gostasse da conversa, os alunos combinaram de não entrar em conflito e deixar para retomar o assunto em outro dia. Depois eles compartilharam os resultados em sala de aula. O pessoal do 4º ano se preparou bem para conversar com os colegas, questionando o motivo pelo qual as brincadeiras eram consideradas de meninos e meninas e dando exemplos do dia a dia. “Um dos alunos lembrou até que os lutadores de boxe pulam corda durante seu treinamento, então pular corda também é coisa de homem”, conta Andréia. No final das contas, a maioria dos estudantes acabou pensando melhor sobre o assunto e mudou a postura: meninos e meninas começaram a brincar juntos, em qualquer brincadeira! A professora percebeu que as atividades de TIM Faz Ciência fez com que as crianças ficassem mais questionadoras, interessadas e com um melhor aprendizado. “Sinto e vejo a cada dia que meus alunos estão se tornando curiosos e atentos. Trazem informações pertinentes para a sala de aula do que viram em um filme, documentário, revista ou mesmo algo que presenciaram em suas vidas cotidianas.” A turma completou os percursos “Observar” e “Verificar” e está realizando os desafios de “Classificar”. Andréia também está envolvendo as operações nas outras atividades de ciências, como a classificação dos tipos de...

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