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Conheça os seres mais brilhantes do mundo

Conheça os seres mais brilhantes do mundo

Você já viu peixes que brilham? E ondas do mar iluminadas, como se carregassem pequenas lanternas? Talvez não, mas com certeza você já viu vaga-lumes. O que essas três coisas têm em comum é a bioluminescência, fenômeno que permite a certos organismos emitirem luz, transformando energia química em energia luminosa. Desde os tempos de Aristóteles, na Grécia antiga, há registros de madeiras e materiais em decomposição que emitiam luz. É porque neles havia fungos bioluminescentes como o Armillaria mellea, um cogumelo que ataca raízes de plantas e pode ser observado próximo a árvores. Mas a bioluminescência é para poucos: anfíbios, aves, répteis e mamíferos, por exemplo, não podem emitir luz. Bactérias e fungos com essa propriedade podem emitir luz quase o tempo inteiro. Já nos insetos, a luz é intermitente e dura menos de um segundo. É por isso que temos a impressão de que o vaga-lume “pisca”. Todas as cores podem ser emitidas, mas o azul e o verde são as mais comuns. Em todos os casos, é necessário oxigênio para a reação ocorrer. Os cientistas ainda não sabem exatamente por que certos tipos de seres emitem luz, mas algumas causas são conhecidas. No vaga-lume adulto, a luz serve para que machos e fêmeas se comuniquem e escolham seus parceiros. Nas larvas de vaga-lumes, ela contribui para afastar ameaças. Já nos peixes do gênero Photoblepharon, a luz é produzida por bactérias que ficam abaixo dos olhos e ajuda a enxergar melhor. Aliás, é nos oceanos que a bioluminescência é mais comum. Há bactérias luminescentes que vivem no mar e que, quando agrupadas, emitem tanta luz que é possível enxergá-las de longas distâncias. Muitos marinheiros já se surpreenderam com essa luz tão intensa, que pode até ser captada por satélites. Águas-vivas também são bioluminescentes. A Aequorea victoria, por exemplo, tem uma proteína fluorescente que pode emitir uma luz azulada. Quando há muitas delas juntas, dá para ver uma longa corrente iluminada. E existe até mesmo um animal conhecido como “vaga-lume do mar” − um pequeno crustáceo que passa o tempo em águas mais rasas, perto da areia da praia. Nele, a luz pode servir tanto para a reprodução quanto para afastar ameaças. E você, conhece outros exemplos de seres bioluminescentes? Escreva nos comentários!   Este slideshow necessita de...

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Desconstruindo generalizações sobre as mulheres

Desconstruindo generalizações sobre as mulheres

Uma ideia diferente para celebrar o Dia das Mães virou um lindo projeto de valorização e respeito às mulheres na EC Arniqueira, de Brasília (DF)! A responsável foi a coordenadora Patrícia Pinho Andrade, que uniu as operações intelectuais de TIM Faz Ciência à teoria de pedagogia histórico-crítica para desenvolver oficinas com as turmas do 2º ao 5º ano baseadas em quatro ícones femininos: Coco Chanel, Malala Yousafzai, Frida Kahlo e Carmen Miranda. Antes do início das oficinas, as professoras das turmas montaram um cartaz com a pergunta: “Qual a primeira palavra que vem à sua mente quando falamos ‘mulher’?”. Quase todos os alunos escreveram palavras relacionadas a beleza, maternidade e afetividade, e muitos meninos colocaram palavras como “shopping”, indicando que mulheres seriam consumistas. As crianças também entrevistaram mães e avós para saber suas idades, profissões, sonhos e cidades de origem e fizeram gráficos com as respostas. Ao planejar as oficinas, Patrícia quis incluir diversos conceitos explorados em TFC, como a observação, o levantamento de hipóteses, a generalização e a definição. “Nunca tinha parado para pensar na didática científica, e TIM Faz Ciência me trouxe isso com muita clareza. A criança tem que ser provocada, temos que dar subsídios para que ela questione seus conceitos”, afirma. E foi justamente assim que ela conduziu o projeto “As generalizações do gênero”. Com muito bom humor, Patrícia se vestiu como cada personagem e apresentou fatos e questionamentos para que a garotada refletisse sobre a visão que tinha das mulheres. Quatro mulheres, novas definições Ao falar da estilista Coco Chanel, a professora apresentou uma linha do tempo multimídia mostrando as transformações nas roupas, paisagens, músicas e meios de comunicação entre os anos 1500 e 2000. As crianças observaram as mudanças desses elementos e ficaram surpresas quando descobriram que levou bastante tempo para que as mulheres conquistassem direitos como trabalhar, votar e até a liberdade de usar calças ou maiôs. A oficina sobre a estudante Malala Yousafzai partiu da pergunta “Lugar de mulher é na…?” – e a resposta mais comum foi “cozinha”. Depois de contar a história de Malala, Patrícia propôs o Jogo das Invenções. O objetivo era adivinhar se algumas invenções foram criadas por homens ou mulheres e classificá-las em uma tabela. As crianças logo generalizaram que as invenções ligadas à beleza ou utilizadas em casa foram feitas por mulheres: meia-calça, vassoura, liquidificador… Mas Patrícia mostrou que as invenções que pareciam ser femininas foram criadas por homens, e que mulheres foram responsáveis pela invenção do bote salva-vidas, da tecnologia Wi-Fi, do limpador de para-brisa, entre outros. “As reações com o gabarito foram impagáveis”, conta a professora. É claro que a resposta da pergunta inicial mudou depois do jogo: lugar de mulher é onde ela quiser! Na oficina sobre a pintora Frida Kahlo, a professora fez questionamentos aos alunos sobre o que significa ser forte. Ela explicou as transformações que acontecem no corpo dos meninos e das meninas e falou do parto como um exemplo da força das mulheres. Para provar que uma generalização comum era errada – a de que as mulheres não são boas motoristas – Patrícia apresentou dados do Departamento de Trânsito (Detran) que apontam que a grande maioria dos acidentes de trânsito é provocada por homens. Ela ainda retomou os resultados dos gráficos das entrevistas feitas com mães e avós, mostrando...

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Critérios para nomear os astros do universo

Critérios para nomear os astros do universo

Planetas, estrelas e outros astros têm nomes bem diferentes entre si. Enquanto alguns têm nomes mais comuns, como os planetas do Sistema Solar, outros são chamados apenas por siglas e números. Por que isso acontece? Em primeiro lugar, temos que lembrar que a escolha dos nomes de corpos celestes acontece desde a Antiguidade – por isso, vários critérios já foram utilizados para estabelecer os nomes ao longo do tempo. Os cinco planetas que podem ser vistos da Terra sem telescópios eram chamados de diversas formas pelos povos antigos. Os nomes que usamos até hoje foram criados durante o Império Romano, representando deuses da mitologia romana: Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno. Netuno e Urano foram descobertos muito tempo depois, no século XIX, e receberam o nome de um deus romano (Netuno) e um deus grego (Urano). Já a escolha de nomes de planetas fora do Sistema Solar (exoplanetas), assim como de outros corpos celestes, pode parecer a maior bagunça! É que por muito tempo não havia nenhuma regra para isso. Então os astrônomos que descobriam novos astros os batizavam da maneira que quisessem, inclusive com o próprio nome. Só em 1922 a União Astronômica Internacional (UAI) criou regras e padrões para nomear os astros. Isso foi necessário porque conhecemos bilhões deles, e mais são descobertos a cada ano. As nomenclaturas científicas ajudam não só a localizá-los e diferenciá-los melhor, como a ter um nome que é reconhecido em todos os países, não importa o idioma. Os exoplanetas, por exemplo, começam com um nome ou uma abreviação e terminam com uma letra minúscula. O primeiro nome pode ser relacionado à estrela que ele orbita, ao instrumento que o detectou (como o telescópio Kepler, que já deu nome a vários planetas), a projetos astronômicos, entre outros. A letra indica a ordem que ele foi descoberto em seu sistema planetário, começando pela letra “b”. O exoplaneta 51 Pegasi b, por exemplo, foi o primeiro planeta descoberto orbitando a estrela 51 Pegasi. Os nomes de estrelas seguem os mais variados critérios, muitos deles criados por astrônomos antes mesmo de existir a UAI. Eles podem fazer referência à constelação da qual a estrela faz parte, ao catálogo em que ela foi registrada, ao ano de sua descoberta, às coordenadas em que é localizada no céu… Com a infinidade de estrelas que existem, muitos nomes acabam sendo uma grande mistura de siglas e números. A estrela SDSSp J153259.96-003944.1 tem esse nome por causa do projeto astronômico que a detectou (SDSS é a sigla do projeto Sloan Digital Sky Survey) e de suas coordenadas no céu. Cometas, nebulosas, galáxias e outros corpos celestes também têm critérios específicos. Mas até agora estamos falando apenas de nomenclaturas científicas. Alguns astros já ganharam nomes populares e mais fáceis de identificar. Eles são sugeridos à UAI por astrônomos, observatórios e clubes de astronomia ou escolhidos por votação do público. Em uma votação realizada no ano passado, pessoas do mundo todo ajudaram a nomear 14 estrelas e 31 exoplanetas. Dentre eles, o planeta PSR 1257+12 c foi chamado de Poltergeist, um nome alemão dado a seres sobrenaturais, e o sistema da estrela mu Arae homenageou o livro “Dom Quixote de la Mancha”, do escritor espanhol Miguel de Cervantes: a estrela chama Cervantes e os planetas receberam os nomes dos personagens Quixote,...

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Extremófilos: a vida nos lugares mais extremos

Extremófilos: a vida nos lugares mais extremos

Você consegue imaginar algum ser que sobrevive em uma temperatura acima de 100 °C? A arqueobactéria Pyrodictium abyssi não apenas vive tranquilamente nesse calorão, como aguenta um nível de pressão que poderia esmagar um submarino. Ela pode ser encontrada em regiões vulcânicas muito profundas no oceano, onde existem fendas que emitem um vapor quente de água e gases. A Pyrodictium abyssi faz parte de um grupo de micróbios chamado extremófilos, que significa “amantes dos extremos”. São bactérias, arqueobactérias e eucariotos que sobrevivem em condições bastante perigosas para outros seres. As espécies de halobactérias, um gênero de arqueobactérias, também são exemplos de extremófilos. Esses seres vivem em lugares que têm uma quantidade muito alta de sal, como o Mar Morto, um lago no Oriente Médio que tem nove vezes mais sal que o oceano. A bactéria Deinococcus radiodurans ganhou até um espaço no Guinness World Records (o livro que registra os recordes mundiais) como o ser vivo que aguenta o maior nível de radiação – 3 mil vezes mais que os humanos. Para você ter uma ideia, ela já foi encontrada vivendo dentro de um reator nuclear. Como se não bastasse, a Deinococcus radiodurans ainda sobrevive em ambientes extremamente frios, secos, ácidos e no vácuo. Existem outros extremófilos que vivem abaixo de grandes camadas de gelo, em lugares sem oxigênio, no ácido sulfúrico, dentro de rochas… Cada um tem o organismo adaptado para resistir a condições extremas. E é por isso que cientistas estudam esses micróbios para descobrir se suas habilidades podem ser úteis em áreas como medicina e meio ambiente. Há pesquisas que mostram que os extremófilos têm potencial para contribuir com a criação de remédios, o tratamento do câncer de mama, a produção de energia e a diminuição da poluição e do aquecimento global, entre outras coisas. Esses seres também podem ajudar a resolver duas das questões mais intrigantes na ciência: como a vida começou aqui na Terra e se existe vida em outros planetas. Quando os primeiros seres vivos surgiram, as condições na Terra eram mais parecidas com os lugares em que os extremófilos vivem do que com os que nós vivemos – ou seja, eles podem dar pistas sobre as primeiras formas de vida e como elas evoluíram. E se esses micróbios são encontrados em ambientes tão extremos, quem sabe eles nos ajudam a entender se existem organismos igualmente surpreendentes vivendo nas condições extremas de outros planetas? Saiba mais: – Laboratório de Biologia Sistêmica de Microorganismos – USP – The Huffington Post (em...

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Turma do Ceará monta clube para discutir ciência

Turma do Ceará monta clube para discutir ciência

A professora Marília Ariela começou uma iniciativa muito bacana com alunos do 5º ano A da EM Quintino Cunha, de Fortaleza (CE): um clube de ciências! A ideia surgiu a partir de uma aula em que Marília explicou o surgimento do universo e a teoria do Big Bang. Desde então, a turma começou a fazer um monte de questionamentos sobre o espaço, e a professora sugeriu que eles pesquisassem respostas e apresentassem aos colegas nas aulas seguintes. Mas a garotada é tão curiosa, que esse momento acabou tomando muito tempo das aulas. O clube de ciências foi a solução que Marília encontrou para oferecer um espaço em que as crianças pudessem questionar, pesquisar e discutir à vontade temas relacionados à ciência. Foram realizadas duas reuniões do clube até agora, já que a escola entrou em férias. Os encontros acontecem toda segunda-feira após a aula durante uma hora. O clube teve a adesão de 12 alunos do 5º ano A, mas a professora espera que mais estudantes da turma se juntem no próximo semestre. “Nunca tive experiência com um clube de ciências, então fomos construindo as regras juntos”, diz Marília. Os pequenos criaram um símbolo e um mascote para o clube, e são eles que decidem o tema das discussões a partir de seus questionamentos. “Eu coordeno, mas deixo que eles façam parte como protagonistas, fazendo pesquisas e levando conhecimento aos colegas.” Conheça o Clube de Ciências da UFPA, com alunos do Ensino Fundamental ao Médio A turma já completou os percursos “Observar” e “Questionar” de TIM Faz Ciência, e as operações intelectuais são a base para o método utilizado no clube de ciências, especialmente “Questionar”. “Usamos as operações para nortear nossas conversas, e cada vez mais eles estão interessados na ciência”, conta a professora. E não é só os alunos que estão aprendendo não! Marília passou a pesquisar sobre diversos assuntos para contribuir com as discussões dos alunos e comprou um livro de física básica para ficar ainda mais por dentro do tema. “Às vezes eles fazem perguntas que eu não sei a resposta, então eu descubro junto com eles.” Um exemplo foi quando a aluna Estephane trouxe um circuito de indução eletromagnética (o mesmo fenômeno que faz os motores elétricos funcionarem) para mostrar aos colegas. A própria estudante encontrou o modelo na internet e construiu com seu pai, utilizando materiais como ímãs e bateria. Marília logo pesquisou sobre magnetismo para acompanhar os questionamentos das crianças. Além de trazer pesquisas e materiais, os alunos também estão levantando hipóteses e discutindo questões mais avançadas, falando de temas sobre os quais nem os cientistas chegaram a uma conclusão – como a expansão do universo. “Quando os alunos entendem que a ciência é algo real e que eles podem fazer parte disso, eles começam a vê-la de uma forma diferente”, afirma a professora. Por enquanto, o clube ainda está sendo construído junto com o pessoal do 5º ano A, mas Marília espera que ele possa ser ampliado no futuro e virar um projeto da escola – quem sabe até levar à construção de um laboratório de ciências, que ainda não tem por lá. A professora também realizou as atividades de TFC em 2015 com outra turma do 5º ano. “TIM Faz Ciência abriu muitos horizontes para mim e para as crianças. Antes...

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Invenções que prometem mudar nossas vidas

Invenções que prometem mudar nossas vidas

Tem tantas coisas incríveis sendo inventadas mundo afora, que fica difícil acompanhar tudo – ou até mesmo ter uma noção de como elas vão mudar nossas vidas nos próximos anos. Mas o Fórum Econômico Mundial (uma organização que reúne líderes do mundo todo) dá uma ajudinha. Todo ano, especialistas do Fórum fazem uma lista das dez melhores tecnologias emergentes, com as inovações tecnológicas que mais têm potencial para melhorar vidas, transformar indústrias e preservar o planeta. Veja só algumas das novidades que fazem parte da lista de 2016. Internet em escala nanométrica Está crescendo o número de objetos do dia a dia que estão conectados à internet e que ganharam novas funções e modos de uso. Por exemplo, existem tênis com sensores que calculam informações como a distância da corrida e as calorias que foram gastas e enviam esses dados para um site, para o atleta acompanhar o seu desempenho. Ou aplicativos de celular que permitem que a pessoa acenda e apague as luzes de casa de qualquer lugar que ela estiver. Isso se chama Internet das Coisas – e ela deve revolucionar ainda mais a ciência com a invenção de sensores nanométricos que se conectarão à internet. Eles serão tão pequenos, mas tão pequenos, que poderão circular pelo nosso corpo e enviar informações do nosso organismo para um computador. Isso poderá transformar não só a medicina, mas diversas outras áreas, como a agricultura e a engenharia. Veículos que não precisam de motorista Já existem empresas que estão produzindo e testando carros que andam sem precisar de motorista, só que ainda vai levar um tempo para vermos esse tipo de automóvel pelas ruas. É que, para isso acontecer, são necessárias grandes mudanças nas leis de trânsito. Se o carro ultrapassasse o farol vermelho ou cometesse alguma outra infração, como o motorista seria punido se não era ele quem estava dirigindo? Essa é apenas uma das questões que precisam ser debatidas antes desses carros circularem por aí. Eles funcionam por meio de radares, câmeras, GPS e outros equipamentos que captam informações sobre as ruas e o trânsito para que o carro vá aos lugares certos e com segurança. Aliás, se os engenheiros conseguirem criar um sistema bastante preciso, um carro desses pode ser mais seguro do que um com motorista. Baterias potentes para as fontes de energia renováveis A luz do Sol e o vento são os principais exemplos de fontes de energia que não poluem o meio ambiente, mas eles só representam 5% da eletricidade utilizada no planeta. Um dos motivos é que nas épocas bem ensolaradas e com muito vento, é gerada mais eletricidade do que a necessária, e esse excesso acaba sendo perdido. E nos dias nublados e sem vento, é gerada pouca energia. Para resolver essa questão, estão sendo produzidas baterias muito potentes que conseguem armazenar o excesso de energia e distribuir eletricidade para as cidades, mesmo quando o tempo estiver ruim. Além de incentivar o uso de fontes renováveis, as baterias podem ser uma solução para levar eletricidade às mais de 1 bilhão de pessoas que ainda não têm acesso a ela. Confira as outras inovações destacadas pelo Fórum Econômico Mundial na matéria da Agência Brasil e nas reportagens especiais da revista Scientific American (em inglês).   Créditos da foto em destaque (carro sem motorista...

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Saborear uma comida vai muito além do paladar

Saborear uma comida vai muito além do paladar

Como nós sentimos o gosto dos alimentos? Uma das respostas mais comuns é que sentimos os quatro sabores (amargo, doce, salgado e azedo) por meio das papilas gustativas, e cada um é detectado em uma região diferente da língua. Por bastante tempo se pensou que era assim mesmo que funcionava nosso paladar, e era essa a resposta ensinada nas escolas. Mas diversas pesquisas já mostraram que a forma que a gente percebe os sabores vai muito além. As papilas gustativas realmente são os nossos detectores de gostos. São pequenos relevos com células que percebem os sabores e enviam sinais para o nosso cérebro. Mas elas não ficam apenas na língua: também são encontradas na parte de dentro das bochechas, no céu da boca, nas amígdalas, no palato (que muita gente chama de “campainha” e fica no fundo da boca) e na parte de cima da garganta. Não existem regiões específicas na língua que percebem cada sabor – eles podem ser sentidos por toda a língua. Salgado, doce, azedo e amargo são os quatro gostos possíveis, certo? Também não. No começo desse século, cientistas passaram a reconhecer um quinto gosto, chamado umami. Ele foi identificado pelo professor de química japonês Kikunae Ikeda em 1908. Foi Kikunae quem deu esse nome em japonês, que significa “saboroso”. Não é tão fácil assim de descrever o umami. É aquele gosto que não é doce nem salgado, faz você salivar e fica por um tempo na boca depois que você come. Todos os alimentos com gosto umami têm a substância glutamato: carnes, frutos do mar, cogumelos, tomate, queijos, milho, entre outros. Depois do umami, várias pesquisas começaram a ser feitas para saber se existem outros gostos, como o metálico e o gorduroso. Nas atividades de TIM Faz Ciência, você viu o quanto os cinco sentidos são importantes para a observação. A mesma coisa acontece quando comemos. A visão, o olfato, o tato e a audição fazem toda a diferença na hora de sentir o sabor de uma comida, além do paladar. O cheiro do alimento é ainda mais importante para a gente perceber o sabor do que o paladar. Um exemplo disso é que quando ficamos gripados, com o nariz entupido, não conseguimos sentir o sabor da comida. A textura, a temperatura, as cores, o barulhinho que é feito com a mordida… tudo isso influencia na maneira que sentimos os sabores. Que tal observar todos esses detalhes em sua próxima refeição? Você vai perceber que comer não é só algo que fazemos para matar a fome, mas também é uma experiência fascinante que envolve sentidos, sensações, sabores e muita...

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Dinossauros, aves e uma ligação de milhões de anos

Dinossauros, aves e uma ligação de milhões de anos

O que um Tiranossauro Rex e um passarinho têm em comum? Muito mais do que a gente imagina! As aves são descendentes dos terópodes, um grupo de dinossauros que incluía espécies como o velociraptor, o espinossauro e o próprio Tiranossauro Rex. Parece estranho que esses grandes animais deram origem a um grupo tão diverso e diferente como o das aves, mas existem vários estudos que mostram que eles têm muitas semelhanças entre si. Algumas delas estão no esqueleto desses animais. Os ossos do pescoço tanto das aves quanto dos terópodes têm o formato da letra “S”. Eles também têm ossos pneumáticos pelo corpo, que são ocos, leves e deixam o ar passar. Você já reparou nas patas de um pássaro, de uma galinha ou de outras aves? São três dedos para a frente e um para trás, assim como os dos terópodes. E, por incrível que pareça, algumas espécies de dinossauros tinham penas pelo corpo, que serviam para regular a temperatura. Conheça algumas espécies de dinossauros brasileiras É claro que essa transformação não aconteceu rapidamente. Foram mais de 50 milhões de anos de mudanças bem lentas de gerações para gerações de terópodes para chegar às espécies de transição, ou seja, que misturavam características de dinossauros e de aves. Diminuir o tamanho foi uma das principais mudanças que aconteceram. Com isso, os primeiros descendentes dos terópodes ganharam mais agilidade e leveza e conseguiram sobreviver a predadores e aos efeitos do asteroide que levou os dinossauros à extinção. Além disso, o tamanho menor foi uma das vantagens que ajudou parte das aves a conseguir voar. A principal espécie de transição já encontrada é o arqueópterix, considerado a primeira ave que conhecemos. Ele tinha mandíbulas com dentes afiados, uma cauda longa e cheia de ossos pesados e dedos com garras na ponta de suas asas, características que não são encontradas em aves. Por outro lado, o arqueópterix também tinha um corpo todo coberto por penas, asas com penas de formato aerodinâmico (assim como as dos pássaros), dedos menores, um osso chamado fúrcula – conhecido como “osso da sorte” – e o tamanho de um pombo. Com esse jeito metade dinossauro e metade ave, não é à toa que ele primeiro foi classificado como um terópode quando foi descoberto, em 1861. É possível recriar dinossauros em laboratório, como na série de filmes “Jurassic Park”? Depois do arqueópterix, vários outros fósseis foram descobertos de animais que misturavam características de dinossauros e aves, o que reforça a ligação entre eles. Os dinossauros não estão mais entre nós, mas, de certa forma, continuam vivendo até hoje por meio das cerca de 10 mil espécies de aves que habitam a Terra. Arqueópterix, um animal que misturava características de dinossauros e de...

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Buracos negros: um mistério a ser desvendado

Buracos negros: um mistério a ser desvendado

Os buracos negros são uma das coisas mais intrigantes que há no universo. Por mais que existam teorias bem aceitas sobre eles, a cada dia surgem outras que questionam e batem de frente com tudo o que pensamos saber. Um dos estudiosos mais famosos dos buracos negros, o físico inglês Stephen Hawking, já deixou um monte de cientistas de cabelo em pé ao divulgar teorias que vão contra conceitos que ele mesmo tinha sugerido no passado. A verdade é que ainda estamos longe de ter certezas sobre o que são essas regiões no espaço – para começar, nem conseguimos vê-las. A gravidade dos buracos negros é tão forte, que nem a luz consegue sair de dentro deles, mesmo tendo a maior velocidade conhecida no universo. Os cientistas só conseguem saber de sua existência quando observam um comportamento diferente em estrelas, planetas, gases e outras coisas que acabam cruzando o caminho de um buraco negro. Acredita-se que existam três tipos deles: os primordiais, que surgiram junto com o início do universo e são menores que um átomo; os estelares, que podem ter até 20 vezes mais do que a massa do Sol; e os supermassivos, que equivalem a mais de 1 milhão de Sóis juntos. A maioria dos buracos negros é resultado da fase de supernova de uma grande estrela. O material que sobra da explosão da estrela vai se contraindo, contraindo… Até que fica extremamente compacto, mantendo sua massa original. O Sol não poderia virar um buraco negro por ser pequeno demais, mas se pudesse, ficaria com um tamanho de cerca de 6 km e com a mesma massa de antes. E tanta massa ocupando um espaço bem compacto gera um campo de gravidade enorme! É por isso que nada escapa de um buraco negro: se um objeto cruzar o horizonte de eventos, que é a fronteira entre o espaço e o campo de gravidade do buraco negro, ele será sugado, destruído e nunca mais visto. Ou não. Como falamos no início, existem as mais diversas teorias sobre o buraco negro, como a que o objeto seria lançado de volta ao espaço, mesmo que em forma de partículas minúsculas. Há ainda quem diz que assim que um objeto atinge o horizonte de eventos, ele é queimado e destruído na hora, ao invés de ser sugado. Outros afirmam que o objeto seria absorvido pelo buraco negro e viraria um holograma no horizonte de eventos, como se tivesse sua imagem congelada para sempre. Também há aqueles que acreditam que o buraco negro pode ser uma passagem para outros universos além do nosso. É difícil pesquisar uma região que não dá para ser vista no espaço e é quase impossível de detectar. Não dá nem para saber quantos buracos negros existem no universo. Só na Via Láctea, acredita-se que pode ter de milhões a bilhões, inclusive o supermassivo Sagittarius A*, que fica bem no centro e tem 4 milhões de vezes a massa do Sol. A detecção de ondas gravitacionais, que foi anunciada pela primeira vez em fevereiro e novamente neste mês, pode ser um novo caminho para descobrir mais sobre eles, já que é uma forma de estudar o que não é visível no universo. Mas, por enquanto, o buraco negro continua sendo um grande...

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Uma tabela para classificar todos os elementos

Uma tabela para classificar todos os elementos

Entre as inúmeras classificações utilizadas na ciência, um dos exemplos mais famosos são as classificações usadas na tabela periódica. Se você é aluno do 4º ou do 5º ano, ainda vai levar um tempo para entender os detalhes dela – e se desdobrar para lembrar de todas as informações nas aulas de química. É que essa tabela reúne nada mais, nada menos, que todos os elementos químicos conhecidos pelos seres humanos! Até o momento, ela é composta por 118 elementos. Tem aqueles bem conhecidos, como o oxigênio, o hidrogênio e o ferro, e outros que ninguém nem sabe direito para que servem. Esse é o caso dos quatro elementos mais recentes, que foram acrescentados à tabela no finalzinho do ano passado e ainda não têm seus nomes definidos. No dia 8 de junho, a União Internacional de Química Pura e Aplicada divulgou os nomes sugeridos para eles: nihonium, moscovium, tennessine e oganesson. Agora esses nomes passarão por uma consulta pública até novembro, quando serão definidos os nomes oficiais. Pouco se sabe sobre esses elementos, já que eles foram criados em laboratório (são sintéticos) e duram apenas alguns segundos ou milissegundos antes de se transformarem em outra substância. Eles fazem parte do grupo de 26 elementos sintéticos que existem na tabela periódica, além dos 92 elementos naturais, aqueles que podem ser encontrados na natureza. E essa é só uma das maneiras de classificar os elementos da tabela. Eles também podem ser classificados por famílias (metais alcalinos, gases nobres, não metais, entre outras), por estado físico (sólido, líquido, gasoso ou desconhecido), por suas propriedades… Veja só como estão organizados os elementos na tabela periódica mais recente (os quatro novos são os números 113, 115, 117 e 118, e ainda não estão com seus nomes atualizados no exemplo abaixo).   Créditos da tabela: Tabela Periódica Completa   Parece uma confusão ver tantos nomes, números e símbolos juntos! Mas essa tabela é como se fosse um grande resumo das características de todos os elementos conhecidos, e por isso é tão importante e utilizada na química. Ter um modelo único para classificar os elementos ajuda estudantes e cientistas do mundo todo a entendê-la e consultar as informações onde quer que estejam. Afinal, mesmo que os nomes sejam diferentes em cada idioma, os números e símbolos são sempre os mesmos. Essa não foi a única forma utilizada para organizar os elementos químicos. Muitos modelos foram criados ao longo do tempo com base em diferentes critérios. O primeiro aceito como oficial foi a tabela periódica organizada pelo químico russo Dmitri Mendeelev, em 1869. Na época, apenas 60 elementos eram conhecidos, mas ele deixou alguns espaços indicados com pontos de interrogação já prevendo a existência de novos elementos. Eles foram agrupados de acordo com a periodicidade, ou seja, pelas semelhanças entre suas propriedades físicas e químicas. Confira abaixo a primeira versão da tabela de Mendeleev.     Um dos episódios da série “Tudo se transforma”, produzida pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), conta mais sobre o empenho de cientistas ao longo dos séculos para encontrar a melhor maneira de classificar e organizar os elementos químicos, até chegar na tabela periódica. Assista a seguir:...

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